A diocese de Cachoeiro de Itapemirim completa nesta sexta-feira, 16 de fevereiro, 66 anos de criação. Mantendo sua extensão territorial desde 1958, a diocese de Cachoeiro abrange 27 municípios, que juntos totalizam 43 paróquias, 1.040 comunidades e cerca de 450 mil fiéis.
Por meio da bula Cum territorium do Papa Pio XII, em 1958, desmembrou-se da então diocese do Espírito Santo, hoje Arquidiocese de Vitória, passando a denominar-se diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
Anteriormente a diocese do Espírito Santo havia sido erigida canonicamente pelo Papa Leão XIII, no dia 15 de novembro de 1895, por meio da bula Sanctissimo Domino Nostro, a partir de território desmembrado da então Diocese de Niterói.
Durante os seus dois primeiros anos ficou sob a direção de um Administrador Apostólico, Dom João Fernando Tiago Esberard, arcebispo do Rio de Janeiro. Em 1897 tomou posse o seu primeiro bispo Dom João Batista Corrêa Nery.
Assim, quando aconteceu a elevação de Cachoeiro à categoria de diocese, também foram criadas a Arquidiocese de Vitória e a diocese de São Mateus na mesma data.
Dom Luiz Gonzaga Peluso foi o primeiro bispo diocesano de Cachoeiro de Itapemirim, tinha como lema: Ipse firmitas mea (Ele é a minha firmeza) e ficou à frente da diocese entre os anos de 1959 a 1985.
Nascido em Bragança Paulista, interior de São Paulo em 1907, foi ordenado sacerdote no dia 25 de outubro de 1931.
Pelo Papa Pio XII em 1946 Foi nomeado como segundo bispo de Lorena, recebendo a ordenação episcopal no dia 18 de agosto de 1946. Em 1959, o Papa João XXIII o nomeou como bispo da diocese de Cachoeiro do Itapemirim.
Após 26 anos, em 03 de dezembro de 1985, foi eleito o segundo bispo diocesano: Dom Luiz Mancilha Vilela, terminando assim o primeiro período vacante da diocese.
Com uma sede de renovação, aliada a uma vontade grande de pôr em prática os ensinamentos do Concílio Vaticano II, e, dentro deste aspecto, todas as orientações da CNBB, dom Luiz chegou implantando um novo projeto de organização diocesana, valorizando sempre a comunhão e a participação dos presbíteros: surgia assim as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
Em 2003, mais precisamente no dia 23 de fevereiro, dom Luiz foi nomeado bispo coadjutor da Arquidiocese de Vitória, o que fez com que a diocese de Cachoeiro entrasse pela segunda vez em vacância.
Pouco tempo depois, ainda em 2003, tomou posse o terceiro bispo de Cachoeiro, Dom Célio de Oliveira Goulart, no dia 06 de setembro.
Sob seu pastoreio, a diocese completou seu Jubileu de Ouro (1958 – 2008), em um momento de muita festa e alegria.
Em maio de 2010, porém, o Papa Bento XVI nomeou dom Célio como novo bispo da diocese de São João Del Rei – MG, fazendo com que a diocese de Cachoeiro entrasse pela terceira vez em sua história em período de vacância.
Pouco mais de um ano separaram a diocese de Cachoeiro do seu quarto bispo diocesano, dom Dario Campos, que tomou posse no dia 10 de julho de 2011, em Missa presidida por dom Luiz Mancilha Vilela, que entregou o governo da diocese a dom Dario sob os olhares de cerca de 10 mil fiéis, que alegres recebiam de braços abertos o seu novo bispo.
Em seu discurso de posse, dom Dario externou a alegria de voltar às suas terras, uma vez que é natural do interior de Castelo, e deixou claro seu desejo de trabalhar junto às pastorais, e principalmente, às comunidades eclesiais de base.
Dom Dario deu seguimento ao trabalho pastoral trilhado pela diocese ao longo dos anos de existência e também conduziu a diocese para novos rumos, especialmente com a realização da Assembleia Diocesana em 2014, encerrada em novembro, e que apontou novos caminhos pastorais para a diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
Após mais de dois anos de vacância, o Papa Francisco nomeou dom Luiz Fernando Lisboa como o 5º bispo para a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
Na mesma data, o Papa Francisco concedeu a dignidade de arcebispo a dom Luiz Lisboa. Em 20 de março de 2021 dom Luiz tomou posse como o Arcebispo-bispo da diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
Dom Luiz, que era bispo de Pemba, em Moçambique, falou durante sua posse que acredita em uma igreja missionária e aberta ao diálogo.
“Acredito em uma Igreja que seja ministerial, que seja missionária, samaritana, compassiva, profética. Uma Igreja em saída, como gosta de desafiar o Papa Francisco. Uma igreja que viva em comunhão, que construa a unidade na diversidade, aberta ao diálogo com o outro, com o diferente, com as forças vivas da sociedade. Uma igreja que cuida dos pobres e os ajude na sua promoção e na recuperação de sua dignidade. Agradeço a Deus pela oportunidade de servir nessa bonita diocese de Cachoeiro de Itapemirim. Serei muito feliz aqui!”, disse à época.