A chamada “gravidez silenciosa” é uma gestação rara na qual a mulher praticamente não percebe que está grávida, pois aparecem poucos ou nenhum dos sintomas clássicos.
De acordo com a ginecologista Mariana Andreata, da Rede Meridional, esse tipo de gravidez costuma ocorrer quando há alguma condição médica.
Por exemplo ciclo menstrual irregular ou ausente, que impede perceber o atraso da menstruação, o principal sinal inicial da gravidez.
Além disso, em casos de obesidade ou de uma alteração ginecológica prévia, pode-se não notar o aumento da barriga, que tipicamente aparece no terceiro trimestre.
Apesar disso, é muito raro que a gravidez silente só seja identificada no momento do parto ou no trabalho de parto prematuro.
Ainda assim, em algumas mulheres esse diagnóstico só acontece tardiamente, ou mesmo no momento do nascimento.
Os sintomas habituais de gravidez (como enjoo, sonolência, tontura) podem estar ausentes ou serem confundidos com outras condições, como síndromes hormonais ou uso contínuo de anticoncepcionais.
A barriga pode não crescer visivelmente em mulheres com abdômen já distendido ou em quem fez cirurgia abdominal, ou ainda se o feto tiver crescimento restrito.
O problema da gravidez silenciosa é que, sem o reconhecimento precoce da gestação, não são cumpridos os cuidados do pré-natal.
A mulher não faz as vacinas, suplementações, exames de rastreio, e também não evita álcool, tabagismo e exercícios impróprios.
Isso faz com que o risco de desfecho desfavorável seja maior em comparação a uma gravidez identificada normalmente.
Por isso, assim que a mulher descobrir que está grávida, deve buscar acompanhamento médico imediato para que o pré-natal comece o quanto antes e os efeitos da falta de cuidado inicial possam ser minimizados.
Estatísticas no Brasil
Embora não haja dados confiáveis específicos para “gravidez silenciosa” no Brasil, estudos sobre gravidez não planejada ajudam a contextualizar a vulnerabilidade das gestações que não são acompanhadas com regularidade.
Segundo estudos internacionais, a “gravidez silenciosa” (também chamada de “cryptic pregnancy”), ocorreria em cerca de 1 em cada 475 gestações até aproximadamente 20 semanas, e 1 em cada 2.500 gestações só seria descoberta no momento do parto.
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