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Nilton Broseghini é ambientalista. Foto: Facebook/Nilton Broseghini

“Estou colocando uma vida num berço”, diz o maior plantador de árvores do ES

Camila Soares

Se você já ouviu aquela história de que nós humanos temos que plantar ao menos uma árvore antes de morrer, talvez você se surpreenda com a história do Nilton Broseghini. Desde 1974, plantar árvores é um projeto de vida e ele já é considerado o maior plantador de árvores do Espírito Santo. Quando questionado sobre o título, ele confessa, um pouco tímido, sobre o feito: “É, já devo ter plantado quase meio milhão de árvores, sim”, mas também reconhece que o trabalho também tem a colaboração de diversos parceiros.

O portal Dia a Dia ES conversou com Nilton. Técnico em edificações e apaixonado pelo meio ambiente, ele, que já atua na área há anos, dá dicas valiosas para a recuperação do meio ambiente. Segundo o ambientalista, cada árvore plantada é como se ele estivesse colocando uma “vida no berço”.

Nilton é uma referência para muitos capixabas ambientalistas, biólogos e sociedade civil preocupados com o meio ambiente. Por influência de suas ações e junto a outros dois amigos, o projeto Plantio Brasil já chegou a mais de 40 municípios capixabas e cerca de 16 estados brasileiros. Neste Dia da Árvore, 21 de setembro, um mutirão pretende fazer o reflorestamento com pelo menos mil mudas, apenas no município de Santa Teresa, região serrana do Estado e cidade natal do maior plantador de árvores do Estado.

Confira a entrevista

Como começou a paixão pelo plantio de árvores?
Nilton Broseghini: A primeira árvore que eu plantei foi em 1974 por coincidência foi no dia 21 de setembro de 1974. Então, no Dia da Árvore eu comemoro também esses 45 anos [do primeiro plantio]. Na década de 80, eu e meu saudoso pai, a gente fazia as coletas de bromélias e orquídeas pra salvar elas [do corte de madeiras] e a gente aproveitava essas orquídeas e pendurava em outras árvores próximas. A gente se preocupava muito. Eu fui tendo uma visão de ir plantando árvores e aí formei uns grupos. A gente foi plantando na beira de estrada, rios, nascentes e aí foram surgindo mais grupos interessados. Fiz a ONG [Organização Não Governamental] da Sociedade de Bombeiros Voluntários. Não fui sozinho fazendo isso.

O ambientalista mostra a crianças como plantar uma árvore. Foto: Facebook/Nilton Broseghini

Quando essa paixão pelo plantio de árvores se tornou um ato frequente?
O grupo mais forte foi em 1986, quando eu voltei pra Santa Teresa com o intuito de desenvolver todo esse trabalho, que foi um projeto de vida, de reflorestamento. Começamos a reflorestar, criamos alguns viveiros, formamos grupos, a educação ambiental foi às escolas. Criei uma oficina de produção de mudas nativas da Mata Atlântica em todas as escolas e até nos municípios vizinhos. Vou catando sementes, identificando, estudando as sementes. Essas oficinas deveriam estar em todas as escolas.

Como é que funciona essa oficina?
É feito primeiro a campanha da caixinha de leite. Tem uma mesa que a gente expõe as sementes, eu falo sobre elas [as sementes], como elas são plantadas. O aluno produz a muda que fica em um cantinho na escola e são cuidadas por eles e professores. Depois essas mudas são levadas a um terreno do próprio pai do aluno e são reflorestadas.

E como funcionava a ONG Sociedade Civil dos Bombeiros Voluntários?
Eu criei e fui presidente da ONG. Fui presidente por 17 anos e durante 7 ou 8 anos fiquei com o Juizado Especial Criminal, que eu tinha a mão de obra dos apenados. Quando o juiz sentenciava o apenado, em crimes menos graves, em vez de mandar para cadeia, ele sempre mandava para penas alternativas, e eles ajudavam a reflorestar.

Na ONG que foi extinta em 2012, eu também fiz projeto envolvendo grávidas. Antes de terem seus filhos, as grávidas plantam árvores e quando a criança nasce, depois de dois ano o bebê vai lá, abraça a árvore e planta outras. São projetos que eu venho desenvolvendo e vai influenciando as pessoas. Por isso que eu digo tem um movimento muito grande de pessoas que foram envolvidas nesse projeto que eu falo que é o projeto de vida.

O senhor já plantou quase meio milhão de árvores. O senhor tem essa noção?
É isso aí, pelo ano que a gente começou a plantar, isso tem 33 anos – e esse grupo foi crescendo muito e teve esse envolvimento muito grande – então eu sempre falo, eu nunca fiz sozinho, eu fiz com envolvimento da comunidade e não só do município de Santa Teresa. O plantio também tem acontecido em 15 municípios do ES.

Nilton Broseghini em viveiro de mudas. Foto: Facebook/Nilton Broseghini

É importante esse trabalho de plantio?
Eu gosto muito de trabalhar com criança, porque cria aquela consciência, e ela cresce com aquela vontade. Elas pedem pra voltar a fazer as atividades nas escolas. É muito importante porque naquela época [quando adolescente] eu tive uma noção com Augusto Ruschi, então ele transmitiu aquilo pra mim, e como consequência eu tive essa oportunidade de estar colaborando com o meio ambiente.

Hoje a gente está no município que está até sem água com essa dificuldade aqui na bacia de Santa Maria do Doce. Então, eu vejo aí que, poxa vida, foi tudo destruído. Se as pessoas tivessem uma consciência melhor naquela época [década de 80], não estaria assim. Na bacia do Santa Maria do Doce não tem uma cobertura vegetal, então faltou água devido à falta da floresta das matas. Ninguém preservou a mata ciliar, logo não tem água. A árvore tem a função dela, o principal de tudo isso é a árvore. A precipitação vem através da mata.

Qual é o sentimento quando o senhor planta uma árvore?
O sentimento que eu tenho é que eu estou colocando uma vida num berço e que quando crescer vai produzir água, sombra, beleza, tanta coisa boa e o sentimento de que a gente vai deixar alguma coisa boa feita no mundo. Então, eu tenho todos os cuidados com ela também, antigamente a gente não se preocupava com a chuva, porque o melhor adubo para uma planta é a água da chuva. Mas hoje, quais os cuidados que a gente tem que ter quando vai plantar? Hoje tem que plantar menos e cuidar mais delas, não adianta plantar quantidade grande. É plantar e cuidar, o produtor tem que ter condições de dar água e o trato adequado para a muda.

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