Perder o contato com os parentes e viver com a angústia de nunca mais encontrar suas referências. Há 60 anos esse tem sido o drama de Rosa Pires, 75 anos, que hoje mora no Rio de Janeiro, mas que viveu boa parte da vida no Espírito Santo.
Ela é filha de Maria Pires e de Juventino Vicente Donato. Nascida no distrito de São José de Fruteiras, em Vargem Alta, teve quatro irmãos: Emília Pires Correia, Antenor Pires, Amilton Pires e Conceição Pires.
A neta dela, a técnica de enfermagem Paloma Peres, 30 anos, conta que dona Rosa tinha 7 anos quando seu Juventino morreu e a mãe dela a deu para o casal de italianos Disto e Carolina Manh’agua.
Com 10 anos de idade, dona Rosa retornou para a sua mãe em Vargem Alta, na casa do casal Paulo Costa Rodrigues e Yara Bondes Rodrigues.
Com 14 anos, dona Rosa se mudou para o Rio de Janeiro, cidade para onde foi levada por Ydalina Reis, sogra de sua irmã Emília. Na Cidade Maravilhosa, ela trabalhou como doméstica em Copacabana, na casa de Carmerino Duarte de Oliveira.
Com essa família, já adulta, dona Rosa se mudou para o bairro de Santa Cruz, onde conheceu o futuro marido, Luís de Assumpção Peres. Os dois se casaram e tiveram 6 filhos.
De acordo com a neta Paloma Peres, dona Rosa levou uma vida sofrida ao lado de seu Luís.
“Meu avô bebia e rasgou o último contato que ela tinha com a família, que era com a irmã Conceição Pires, que mandou uma carta com foto e o último endereço. Meu avô, embriagado, enviou de volta outra carta xingando as irmãs e a família da minha avó. Desde então, os parentes dela não escreveram mais para ela. E minha avó ficou sem o endereço deles”, contou Paloma.
De acordo com ela, o sonho de dona Rosa é reencontrar os parentes. Quem souber de alguma notícia pode entrar em contato pelos telefones 21 99562-1335 (Paloma Peres) ou 21 97321-1860 (Priscila de Assumpção).