Como que determinados assuntos surgem do nada, e de repente se propagam de tal maneira que parecem não se chegar a um ponto final. Como foi o caso de um tema surgido num Grupo de Rede Social do qual sou membro. Abro um parênteses para lhes falar desse Grupo.
Fiquei muito feliz, quando um dos membros deste Grupo me contactou e perguntou se eu queria fazer parte dele. Não tive dúvida, queria. Aceitei porque é um Grupo formado por uma turma do 3º ano do Ensino Médio do ano de 2004 do Polivalente da Barra de Itapemirim. Portanto, tem tudo a ver com a minha História de Vida de Professor. São todos ex-alunos, que, um dia, tive o privilégio de poder contemplá-los, ainda, adolescentes e que viviam esta fase maravilhosa da vida, sem compromissos sérios, descontraídos e felizes.
Meu Deus, não é que o tempo passou e, hoje, são adultos desempenhando os mais diversos papéis na sociedade. Já dizia o escritor José de Alencar, no final do romance “Iracema”: “Tudo passa sobre a Terra”, passou e estes meninos evoluíram.
E, eles, os meninos e meninas, adolescentes daquela época, mesmo sendo adultos, ainda, preservam em si, a alegria, a descontração, o bom humor, hoje com suas responsabilidades e compromissos.
Estou no Grupo, porém, não tenho participado ativamente das conversas entre eles. Às vezes, fico meio arredio, sem graça, porque entendo que ali no Grupo é o universo deles, é o contexto em que vivem. Fico no anonimato, mas ligado e prestando atenção nas conversas, ouvindo os áudios, enfim vendo todas as publicações. Jovens, vocês não sabem como me divirto. Só não participo sempre das conversas, temendo pagar mico. Desculpem-me, nem sei se ainda usa esta expressão. Pois eu me autoavalio sempre e vejo que participo, mas de modo formal. Com o passar do tempo, vou falar um pouquinho a língua de vocês.
No entanto, quando vejo algo relacionado à Linguagem. Principalmente, no momento em que se isola uma palavra e em torno dela surge uma discussão, aí eu entro e imagino que eu caiba no espaço. Como foi o caso ocorrido entre eles.
Um dos membros do Grupo surgiu com uma tal feijoada com cenoura. Gente, foi nesse momento que se abriu o espaço para a discussão. E esta agitou o Grupo. De repente, foram relatadas constituições diferentes para se preparar a feijoada. E esta ganhou espaço total no Grupo. Os ânimos de seus participantes ficaram acirrados. Havia réplica, tréplica e o ping–pong esquentou.
Lembrei-me que em uma de minhas aulas, lá em Cachoeiro, nos meus 8ºs anos havia trabalhado um texto, cujo tema era feijoada. Para mim, foi um prato cheio tratar desse tema. No texto, o cronista Antonio Prata discorreu sobre um alemão chamado Fritz, o qual instalava e consertava máquinas de tomografia computadorizada e este viajava pelo mundo. Tomou conhecimento da feijoada e aqui chegando quis experimentar e gostou mesmo desconhecendo os ingredientes de preparo. Será que havia cenoura? Tudo veio a calhar e me motivou a escrever.
Conversa vai, conversa vem. Ouve-se um áudio aqui, outro ali e a feijoada foi sendo digerida e apesar de ser um prato pesado não causou indigestão. Muito pelo contrário, serviu para fortalecer ainda mais o Grupo. Acompanhei tudo até o final e constatei o clima de amizade, coleguismo e camaradagem no Grupo.
Muito bom o desenlace, a vida seria muito mais leve, se de vez em quando se pudesse saborear diferentes feijoadas, jogando conversas fora e ser feliz
