Algumas espécies de animais para sobreviverem ao ataque de predadores imitam outros animais, eles imitam a cor, forma do corpo, comportamento e até liberação de substância.
Os imitadores exibem características iguais às de espécies perigosas. Fazem isso com intuito de intimidar outros animais, que, porventura quiserem devorá-los. Esta surpreendente estratégia de defesa utilizada no mundo animal é chamada de mimetismo. Iniciaremos este curioso mundo com a rainha do disfarce, a Lagarta Serpente.
Lagarta serpente
Olha a cobra! É mentira. A lagarta cobra ou lagarta serpente que pertence à família Sphingidae ou Papilionidae tem a cabeça pequena e possuem duas manchas que parecem olhos de serpente. Quando se sentem ameaçadas por pássaros ou outros predadores, a lagarta abaixa a pequena cabeça, fazendo com que as machas fiquem em evidência, parecendo com os olhos de uma serpente. E para causar mais veracidade ao seu disfarce, elas realizam movimentos muito parecidos com a de uma serpente e algumas espécies ainda possuem uma estrutura chamada de osmetérium, que é um órgão projetável bifurcado muito parecida com a língua de serpente. Estas lagartas podem ser encontradas em plantações de uva, em cipós e outras plantações da família da uva. E caso encontre uma dessas podem ficar tranquilos, elas não são venenosas.
Borboleta-coruja
A Borboleta-coruja (Caligo spp), encontradas principalmente em beira de matas e plantações de bananas, ficam durante o dia em troncos de árvores e pela manhã ou à tardinha, antes do anoitecer voam a procura de frutos caídos no chão e até fezes de animais. Em geral, são borboletas grandes que podem chegar até 18 cm de envergadura, e, o mais interessante é que ela possui do lado de dentro de suas asas posteriores, manchas parecidas com olhos de coruja. Acredita-se que o “olho de coruja“ seja uma forma de confundir os seus predadores passando a impressão de ser um animal maior e mais perigoso. Com todo este mecanismo de defesa, ainda é possível encontrar borboletas com as asas danificadas, denunciando a ação de predadores.
Cobra Falsa-Coral
São chamadas de cobra-coral e coral as espécies de cobras que apresentam cores em forma de anéis distribuídas pelo corpo. As corais verdadeiras são assim chamadas por serem peçonhentas, ou seja, por terem a capacidade de inocular o veneno na vítima, além disso, não são todas as corais verdadeiras que apresentam anéis com as cores branca, preta e vermelha, como a que costumamos pensar. Há espécies que possuem anéis de tonalidades alaranjadas, amarela e há espécies que não possuem a cor vermelha. Para falar de mimetismo e ilustrar nossa coluna vamos apresentar a nossa estrela do disfarce, a espetacular Erythrolamprus aesculapii que é uma espécie de falsa coral e que se disfarça de Micrurus lemniscatus, a verdadeira coral. Com comprimento de 77 cm em machos e 93 cm em fêmeas as Erythrolamprus se alimentam de lagartos, peixes, além disso, são ofiófagas, ou seja se alimentam de outras cobras, elas capturam, manipulam e ingerem a presa viva. De certa forma, esse comportamento pode ser benéfico no sentido de reduzir o risco de acidentes ofídicos, principalmente por trabalhadores de zona rural. Para evitar acidentes não é recomendado manipular estes animais, com intuito de diferenciar a coral verdadeira da falsa-coral.