Quem assiste ao vídeo do motoboy, praticamente, voando ao desviar de um veículo e subir na calçada na avenida Aristides Campos, em Cachoeiro de Itapemirim, mal consegue acreditar que o condutor da moto tenha sobrevivido.
A batida ocorreu no dia 21 de julho e, sim, Fernando dos Santos Fernandes, 31 anos, sobreviveu. (Vídeo 1) (Vídeo 2). Ele ficou internado, teve alta na quinta-feira (29) e se recupera em casa dos ferimentos causados pelo acidente, enquanto aguarda cirurgia.
“Sou grato. Estou feliz por estar vivo. Se eu bato no meio do carro, hoje não estaria aqui”, destacou.
O motoboy concedeu entrevista ao Dia a Dia, em que dá detalhes sobre o dia do acidente e como está sua vida atualmente.
Sem poder trabalhar, Fernando está sem renda. Ele é autônomo e, por não ter recolhido o INSS, não está recebendo salário e a família, por enquanto, só pode contar com o salário da mulher.
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Veja abaixo trechos da entrevista
Ferimentos
“Fisicamente eu estou legal. Mas tive danos no pulso onde já tinha um pino, machuquei o pé, tive fraturas expostas. Perdi o dedo do meio do pé esquerdo, não posso nem tocar no chão e dei ponto de fora a fora. Foram 15 pontos”.
Ajuda da esposa
“Estou só em cima da cama. Graças a Deus minha mulher está me dando todo suporte, tudo que tenho que fazer, ir ao banheiro, tomar banho, ela me ajuda”.
Memória
“Eu tenho todas as imagens da queda na minha cabeça. Fecho os olhos e as vejo. Tem vez que estou dormindo e acordo assustado, parece que estou vendo o chão ainda do alto”.
Gratidão
“Sobrevivi e estou grato, estou feliz por estar vivo. Se eu pego no meio do carro hoje não estava aqui para te dar essas informações”.
Rapidez
“Na hora do acidente foi tudo muito rápido, mas passou tanta coisa na minha cabeça. Minha sorte foi eu ter achado o pedacinho em cima da calçada para eu passar. Se não fosse aquela rampinha na calçada, eu tinha conseguido voltar para a pista”.
Atendimento no hospital
“Acho que fui bem cuidado, apesar de ter muita gente no hospital. Quando cheguei todo mundo já sabia. No outro dia vieram médico, enfermeira, pacientes. Vinham falar comigo, você está bem, está vivo”.
Motorista da Pajero
“Ele parou para me dar assistência. Quem me deu os primeiros socorros foi ele. Até hoje me liga, manda mensagem. Teve que fazer viagem, pois tinha compromisso de família, porém liga. Quando estava aqui, foi todos os dias ao hospital dar assistência”.
Profissão
“Para ser sincero, não pretendo voltar a trabalhar mais como motoboy. São 10 anos. Tenho dois filhos, mulher e casa e não posso passar por isso de novo. Minha esposa e minha mãe já tinham me pedido para parar. Estou na cama, debilitado. Vou ver se consigo depois de sair dessa situação caçar outra coisa para mim”.