Os casos de dengue estão aumentando no Espírito Santo desde o início deste ano. No mês de abril, 2.456 casos foram computados, contra 1.644 durante o mês anterior.

Em meados de maio, 421 pessoas já foram diagnosticadas com a doença e ainda é preciso considerar todos aqueles que não procuram auxílio médico e, por isso, não recebem o diagnóstico formal.

Essa alta incidência da doença alerta especialistas para um problema pouco falado: as consequências causadas por ela. É importante saber que as sequelas ficam mais sujeitas a acontecer quando o tratamento não é iniciado imediatamente.

Por isso, 00

A médica infectologista da Unimed Sul Capixaba Luiza Morandi Xavier diz que passada a fase inicial da infecção, sobretudo após o quadro de febre alta, as sequelas mais recorrentes são: desidratação grave, problemas no fígado, no coração, neurológicos e/ou respiratórios, além da conhecida dengue hemorrágica (reação grave ao vírus da dengue, que leva à ocorrência de sangramentos).

Luíza alerta que para evitar isso, cuidados como repouso e hidratação constante devem permanecer mesmo com o fim da febre inicial, além, é claro, de ser fundamental usar corretamente a medicação prescrita pelo médico.

A infectologista ressalta ainda que vale lembrar que se o paciente iniciar um quadro de dor abdominal intensa, vômitos persistentes, desmaios, sangramentos ou diminuição da quantidade de urina é importante ir imediatamente a um pronto atendimento, explicar o que está sentindo e mencionar que foi diagnosticado com dengue.

SAIBA MAIS

Dengue x zika x chikungunya
Muitas pessoas ainda se confundem sobre as particularidades da dengue, da zika e da chikungunya. Saber diferenciá-las e entender as características da dengue ajudará a iniciar o tratamento adequado mais cedo e a evitar sequelas.

Já é sabido que as três doenças são virais e têm o mesmo mosquito transmissor: o Aedes aegypti. Além disso, as três causam sintomas semelhantes: febre, diarreia, dores e manchas pelo corpo.

Na dengue (considerada a mais grave entre essas infecções), entretanto, há sintomas mais diversos, como dores de cabeça, febre alta e dores nas articulações.

A infectologista destaca que cada organismo reage de um jeito e é preciso estar alerta, já que nem todos sabem, mas com a dengue pode ocorrer sangramentos no nariz e nas gengivas, além de dor abdominal e vômitos.

“Ela pode causar também diminuição da pressão, choque e, em alguns casos extremos, até óbito”, explica Luiza Morandi.

Todo cuidado é pouco
E não custa lembrar o papel de cada um na redução dos casos dessas doenças. É possível cuidar para que o número de infectados pela dengue, zika ou chikungunya não aumente ainda mais nos municípios ao adotar medidas simples, como inspecionar, com regularidade, as próprias residências em busca de água parada, receber os agentes endêmicos periodicamente e ajudar na conscientização dos problemas relacionados ao mosquito.