O ressentimento é introduzido na filosofia pelo Friedrich Nietzsche, primeiro a abordar o tema de forma mais complexa e profunda. Assim como todo sentimento que pode ser explorado pelo pensamento, esse também é um dos quais nenhum de nós escapamos. Acredito que seja o sentimento mais forte e mais comum na humanidade, presente nos mais destacados e invisíveis de nossa espécie – em uma particularidade ainda mais interessante nos últimos.
O que seria o ressentimento? Ele é um antagonista do desejo: Sofremos porque desejamos, e só desejamos aquilo que não temos (em plenitude, não temos nada…).
Costumeiramente agimos como se o universo nos deve algo. Dizemos: “de certo o acontecimento de agora será para que o futuro me traga algo melhor”. A indiferença que o universo (que é matéria e energia insensível, como uma rocha fria que orbita um planeta) tem conosco, com nossos sentimentos e desejos. A inaceitação dessa indiferença, nos deixa ressentidos.
Pensamos: “como alguém que não eu, poderia ocupar tal cargo?”, “Por que essa pessoa é mais destacada se sou melhor que ela?”
Um sentimento tão humano e vergonhoso, que tendemos a negá-lo. E a maior negação dele, é sobre nós mesmo. Ora, lhe parece simples reconhecer que há ressentimento nos humanos e que seja comum de observa-lo nas relações humanas. Principalmente nas relações de hierarquia: patrão e empregado, professor e aluno, burguês e proletariado. Mas, parece que o mais desafiador é reconhecer tal sentimento em si mesmo. Acredito que só nesse reconhecimento, podemos trabalhar em cima dele e talvez minimiza-lo; na melhor das hipóteses, ao menos, reconhecê-lo quando vier.
O ressentimento é a inveja sofisticada e disfarçada de virtude.