Nesta eleição de 2022, um novo modelo de urnas eletrônicas serão usadas pelos eleitores brasileiros. O primeiro pleito em que foi usada foi em 1996, assim mesmo apenas em algumas cidades brasileiras. Apenas a partir de 2000, passou a ser usada nacionalmente.
Desde então passa por um processo constante de aperfeiçoamento para aumentar a segurança do voto. Um deles estabelecido pela Justiça Eleitoral foi o cadastro biométrico dos eleitores, ou seja, identificação por meio da impressão digital.
Em junho último, o TSE apresentou um novo modelo de urna. As urnas modelo UE2020, além de um novo design, possuem um processador 18 vezes mais rápido que o da versão anterior.
O teclado foi aprimorado, e a bateria terá duração por toda vida útil do equipamento. O terminal do mesário também passou por modernização: deixou de ter teclado físico e, agora, conta com tela sensível ao toque.
Assim, enquanto uma pessoa vota, outra poderá ser identificada pelo mesário, o que aumenta o número de eleitores por seção ou diminui eventuais filas.
Foram adquiridas 225 mil novas urnas, que correspondem a quase metade das urnas em operação na eleição (577 mil).
Sequência do voto
Vale lembrar que, no dia 2 de outubro, o eleitor deverá votar primeiro para deputado federal. Em seguida, para deputado estadual ou distrital, senador, governador e presidente da República.
No momento da votação, ao digitar o número do candidato na urna eletrônica, o eleitor verá no painel o nome, a fotografia, a sigla do partido político e o cargo disputado. Basta confirmar o número.
Há ainda a opção de corrigir a digitação, de votar em branco por meio de uma tecla, ou digitar um número fictício e confirmar, para anular o voto. Votos brancos e nulos não interferem no resultado da eleição.
Bruno Andrade, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), destaca que, quando há algum problema na urna eletrônica, ela é substituída na hora.
Segurança
Bruno Andrade explica a segurança do sistema. “O processo conta com uma série de garantias de segurança, tanto na parte de hardware (equipamento), quanto do software (programas), assim como todo o ecossistema eletrônico de votação”.
Bruno destaca ainda que há uma série de outros programas que circundam o processo de votação na totalização, na transmissão dos resultados e não apenas na urna eletrônica.
E ressalta que todo esse arcabouço de artefatos faz com que a urna eletrônica seja um equipamento seguro e que até hoje a gente não tenha nenhum registro de fraude contra o processo eletrônico de votação desde 1996.
A cada dois anos, a Justiça Eleitoral organiza o processo eleitoral, intercalando eleições municipais e eleições em nível estadual e federal, como as de 2022.
O órgão máximo é o Tribunal Superior Eleitoral, e cada estado tem o seu Tribunal Regional Eleitoral (TRE), com juízes e juntas eleitorais.
Cabe à Justiça Eleitoral organizar, fiscalizar e realizar as eleições em todos os detalhes e regras, desde o cadastro dos eleitores, até as candidaturas, prestação de contas, logística, realização das eleições, diplomação dos eleitos e também o julgamento de denúncias de irregularidades, o que pode ocorrer anos após a posse do eleito.
SAIBA MAIS
Confira as principais mudanças da urna eletrônica modelo 2020 em relação ao modelo anterior (o último era o de 2015).
1 – O processador do tipo System on a Chip (SOC) é dezoito vezes mais rápido que o modelo 2015;
2 – Por não precisar de recarga, a bateria do tipo Lítio Ferro-Fosfato exige menos custos de conservação;
3 – A mídia de aplicação do tipo pen drive traz maior flexibilidade logística para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) na geração de mídias;
4 – A expectativa de duração da bateria é por toda a vida útil da urna;
5 – O terminal do mesário passa a ter tela totalmente gráfica, sem teclado físico, e superfície sensível ao toque;
6 – O novo modelo conta com um teclado aprimorado, com teclas com duplo fator de contato, o que permite ao próprio teclado acusar erro, caso haja mau contato ou tecla com curto-circuito intermitente;
7 – As urnas eletrônicas que serão utilizadas nas Eleições 2022 contarão com grandes novidades em termos de acessibilidade, uma voltada para pessoas com deficiência visual, e outra para pessoas com deficiência auditiva. A sintetização de voz foi aprimorada para as eleições do próximo ano. Agora também serão falados os nomes de suplentes e vices, e será possível cadastrar um nome fonético. Além disso, será incluída una apresentação de um intérprete de Libras na tela da urna, para indicar quais cargos estão em votação.
– Etapas que marcam o processo eletrônico de votação no Brasil e que garantem, há mais de 25 anos, a confiança do povo brasileiro na urna eletrônica não sofreram nenhuma alteração.
Fonte: Agência Câmara de Notícias