Nasci sem saber o que era liberdade
Meus pais falaram que era a soberania
Mas eu sabia que era pura hipocrisia
Se alguns que faziam a “boa vontade”
Nasci também como posse de outra pessoa
Isso me causava tristeza e dor
Não podia ser quem era por medo de apanhar do senhor
Dor que até hoje ressoa
Nasci trabalhando e com deveres definidos
Medo e angústia viviam sempre comigo
Esse nem era o pior castigo
E sim o que eu havia adquirido
Cresci receosa e oprimida
Devido a crueldade da desumanização
Ela fez bater mais rápido meu coração
E quase acabou com a minha vida
Cresci convivendo com a injustiça por causa da minha dor
A indignação tomou conta de mim
Não podia aceitar uma realidade assim:
Só por causa de sua pele se achar superior?
Morri como escrava em país que depois de muitos anos continua desigual
País esse que possui misturas que devem estar lado a lado
E é preciso entender que o povo brasileiro não é pardo, branco ou preto, é miscigenado!
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O texto acima foi realizado a partir de uma tertúlia como o texto Pai contra mãe de Machado de Assis, desenvolvido pelos professores José Roberto da Silva Vidal (Letras Português), Dandara Dias de Oliveira (História) e José Agostinho Corrêa Junior (Biologia), na escola EEEFM “Lions Sebastião de Paiva Vidaurre”.
Respostas de 2
Maravilhosa!
Simplesmente, lindo! Parabéns, Laura!