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Aborto e amizade. Uma história real para lá de emocionante!

redacao
Redação Dia a Dia

Uma mulher grávida procurou a enfermeira Carmen Sílvia Musa Lício, que era auxiliar de chefia em um posto de saúde de São Paulo, dizendo que queria abortar o bebê que carregava no ventre. O que ela não imaginava é que começava ali uma história que perpassou o trabalho da profissional de Carmen tornando-se uma história de solidariedade que ela faz questão de contar.

Atualmente, aos 71 anos, Carmen está aposentada mas decidiu compartilhar a experiência de trabalho, amizade e cumplicidade que teve há quase uma década com a mulher grávida que mais tarde se tornaria sua amiga.

Decidida a abortar

Carmen foi procurada por duas irmãs, com 26 e 30 anos. A mais velha contou que a sua irmã estava grávida do seu primeiro filho e o pai era um rapaz que ela mal conheceu em uma festa, e, ao descobrir a gravidez, queria a indicação de alguém que fizesse um aborto em local confiável.

A enfermeira conta que perguntou a ela se o rapaz sabia da sua gravidez e, brincando, indagou se ‘ele iria assumir ou sumir’. Ela disse à enfermeira que o pai da criança, ao tomar conhecimento da gravidez, sumiu de vez e que ela também não queria saber dele; só pensava em fazer o aborto.

Sem julgamentos

“Perguntei porque ela não queria ser mãe e ela respondeu que ‘achava que ainda não estava preparada para ser mãe’. Respondi calmamente que a gente nunca está preparada para ser mãe, ainda mais na primeira gestação, mas que era um aprendizado que aconteceria na prática, no desenrolar da vida do bebê. Eu estava tentando falar de uma forma calma, tranquila, de modo a não parecer que a estava julgando ou algo parecido.”

“Disse que infelizmente, quem está na chuva pode se molhar e que eu não poderia ajudá-la a procurar uma clínica de aborto confiável, primeiro por ser ilegal, depois por não conhecer nenhuma. Disse ainda que eu era contra o aborto, que respeitava a sua decisão, mas que, agora que já estava com três meses de gravidez a coisa se complicava… Era um procedimento arriscado.”

Tia queria assumir a criança

Carmen continuou narrando que a irmã da gestante disse que também era contra e até se prontificou a ajudar a irmã a cuidar do bebê e, caso não o quisesse de forma alguma, ela o criaria como se fosse seu, junto com a própria filhinha de um ano.

“Fiquei pensando no que seria melhor falar numa situação destas e orava em pensamento pedindo a Deus sabedoria enquanto a atendia, mas como tinha muita gente me esperando, disse que estaria à sua disposição e sendo enfermeira obstétrica, poderia fazer o seu pré-natal. Pedi todos os exames e levei-as até a porta, dizendo para ela pensar muito bem no que faria pois era uma decisão muito séria. Disse ainda que conhecia algumas pessoas que já tinham feito o aborto e que, mesmo com o passar de muitos anos, ainda era um trauma para elas, motivo de sentirem-se culpadas pela vida afora. Pedi para ela fazer os exames e depois voltar a me procurar depois de uns 15 dias, junto com a irmã”, conta Carmen.

Aceitando a maternidade

Depois de acabado o dia de trabalho, a enfermeira foi para casa pensando naquela situação inusitada. Orou pela gestante à noite e durante os 15 dias, para que seu coração se acalmasse e tivesse sabedoria dada por Deus para decidir a sua vida. Depois de feitos os exames ela voltou a procurar o posto de saúde e, com tudo em ordem começou a fazer o seu pré-natal, sem mais tocar no assunto do aborto.

“Eu disse que poderia encaminhá-la ao obstetra da casa, mas ela já havia criado um laço de confiança comigo e pediu para continuar sendo atendida por mim. Eu disse que poderia acompanhar a sua gravidez, mas se houvesse alguma intercorrência teria que encaminhar para que tivesse um acompanhamento médico. Pedi um ultrassom e ela voltou muito animada querendo saber o sexo. Não deu ainda para saber, mas ela começou a se cuidar, e eu sempre marcava uma consulta a cada 15 dias, para tentar ajudá-la em sua parte emocional. No segundo ultrassom já ficou claro que era uma menina e ela já estava aceitando a maternidade de uma forma positiva. Comecei a fazer consulta de enfermagem mês a mês.”

Uma menina cabeluda

A gravidez transcorreu tranquila e tanto ela quanto a irmã aguardavam ansiosas pelo nascimento da menina. Ela assistiu às aulas de uma equipe multiprofissional em gravidez e parto, além dos cuidados com o recém-nascido e o aleitamento materno.

“Eu dava uma boa parte destas palestras e ela estava muito feliz. Depois que o bebê nasceu ela me trouxe para eu conhecê-la e a sua filhota era linda, grande, forte e cabeluda. Ela estava muito orgulhosa e a sua irmã estava sempre junto, apoiando. E assim eu acompanhei a criança até quase um ano de idade. Após as consultas médicas ou vacinação ela sempre passava na minha sala para mostrar a sua filha, prosear e tirar algumas dúvidas”, continuou a enfermeira.

O reencontro

Depois de um tempo, Carmem foi transferida para outro posto de saúde e não encontrou mais a nova mamãe nos corredores do posto de saúde. Até que certa vez a encontrou em uma calçada próxima ao posto, com a sua menina no carrinho de bebê.

“Ela abraçou-me bem forte e disse que eu fui a melhor coisa que aconteceu a ela naquela época e que a maternidade a fez encontrar um objetivo maior para a sua vida, até então tão sem razão. E eu fui para casa feliz, pensando em como Deus pode nos usar para salvar uma vidinha e para trazer algo maior para alguém. Hoje a criança deve ter 8 anos e ainda agradeço a Deus por me usar para que ela possa ser uma bênção nas Suas mãos. Isto é uma das coisas das quais me lembro que me faz ter a certeza de que escolhi a carreira certa para trilhar…”, narra Carmen.

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