A história de sobrevivência de Elivanda de Souza Brandão e Rulian Dias Amaral após enchente que alagou a residência do casal, em Mimoso do Sul, representa um símbolo de esperança e determinação em meio ao caos.
Em um ato de desespero e criatividade, para salvar sua esposa grávida de 8 meses, Rulian transformou uma geladeira em uma embarcação de emergência. A enchente deixou 10 mil desalojados e 19 mortes.
Agora, com a ajuda de doações e o apoio da família, Elivanda e Rulian estão reconstruindo suas vidas, antecipando a chegada de Maria Cecília, sua futura filha.
A entrevista ilustra não apenas a resiliência de Elivanda e Rulian diante de uma catástrofe natural, mas também a força do amor e da família. Apesar das perdas e do trauma, eles olham para o futuro com esperança.
Entrevista com Elivanda de Souza Brandão
DIA A DIA: Após tudo o que aconteceu, como vocês estão se sentindo e vivendo atualmente?
Elivanda: Estamos bem, graças a Deus. Estamos na casa da mãe do meu esposo, e com as doações que recebemos, estamos conseguindo nos manter. Estou com 8 meses de gravidez, e apesar de termos perdido tudo em nossa casa alugada, estamos esperançosos com a chegada da Maria Cecília.
DIA A DIA: E sobre o futuro, quais são suas expectativas e esperanças?
Elivanda: Foi um momento muito difícil, mas agora é hora de começar tudo de novo, do zero, e queremos dar tudo de bom para nossa filha.
DIA A DIA: Pode nos contar mais sobre aquele dia, como vocês enfrentaram a enchente?
Elivanda: Eu estava sozinha em casa quando a enchente começou. Meu esposo estava ajudando um vizinho e quando voltou, nossa casa já estava alagada. Ele usou a geladeira, que estava flutuando, para me tirar de lá. Foi um momento de muita angústia, mas graças a Deus, e às orações, conseguimos sobreviver.
DIA A DIA: Como você se sentiu durante esse resgate?
Elivanda: Foi desesperador. Eu tinha medo de que a geladeira afundasse com meu peso, mas tudo o que eu podia fazer era orar. Felizmente, chegamos a um lugar seguro, embora tenhamos tido que nadar até uma laje quando a geladeira virou.
DIA A DIA: Como você vê a ajuda que estão recebendo agora?
Elivanda: Estamos muito gratos por todas as doações e pelo cartão reconstrução que recebemos. Perdemos tudo, mas agora podemos começar a comprar o necessário para recomeçar.
Entrevista com Rulian Dias Amaral
DIA A DIA: Rulian, depois da tragédia, como você e sua família estão se recuperando?
Rulian: Estamos bem de saúde, mas ainda é difícil. As lembranças daquela noite muitas vezes nos assombram. Estou sem trabalho agora, mas minha prioridade é garantir o bem-estar da minha esposa e da nossa filha que está para nascer.
DIA A DIA: O que vem agora para vocês?
Rulian: Estou fazendo o que posso, buscando comida, água, e assistência médica para minha esposa. Também estou à procura de trabalho para poder cuidar da minha família.
DIA A DIA: Conte-nos sobre o dia da enchente.
Rulian: Eu estava ajudando um vizinho quando a água começou a subir rapidamente. A única coisa que flutuava era a geladeira. Coloquei Elivanda lá dentro e a empurrei através das águas até encontrar um lugar seguro.
DIA A DIA: Qual era a profundidade da água quando vocês deixaram a casa?
Rulian: A água estava entre 5 a 6 metros de altura. Minha casa, que é no segundo andar, estava completamente submersa. Foi uma luta para sobreviver, mas agora temos uma história de coragem para contar à nossa filha.