Weller Alvarenga Cruz, 17 anos, aluno do 2º ano do Ensino Médio da Escola Agostinho Simonato, participou das Paralimpíadas Escolares Nacionais, encerradas no último dia 26 em São Paulo.
A excelente notícia é que o estudante cachoeirense voltou com três medalhas de ouro para casa, todas no atletismo. Uma na corrida dos 100 m, outra na de 400m (na qual é o atual recordista brasileiro) e a terceira no salto em distância.
O atleta, que tem paralisia cerebral, teve o seu potencial descoberto nas aulas de Educação Física e foi indicado para um projeto da prefeitura em que é treinado pelos professores Douglas Franco Espolador e William Barros Nascimento, contam os pais Elane Alvarenga e Daniel da Silva.
Segundo ela, o filho teve um coágulo no cérebro quando tinha um ano e meio, que deixou como sequela a paralisia cerebral, e que a conquista do estudante é motivo de orgulho pelas limitações que teve que vencer.
“É uma sensação maravilhosa. Apesar da deficiência, ele não desanimou hora nenhuma. Estamos radiantes com o resultado que ele teve”, destaca a mãe.
O medalhista de ouro conta que sempre acreditou que esse resultado fosse possível, e por isso treinou cada dia mais. “Eu já estava sentindo o gosto da vitória e fui lá e ganhei. Foi muito gratificante para mim”.
Weller diz que agradece em primeiro lugar a Deus, que cuidou dele e dos outros enquanto esteve na competição, e segundo à família, que sempre o apoiou, ao treinadores Douglas e Wiliam, ao professor Pedro, que é seu personal, e aos amigos que sempre o apoiaram. “Sou muito grato a todos que acreditaram em mim e sempre falaram que eu ia longe”.
O início de tudo
O professor de Educação Física e e um dos treinadores de Weller, Douglas, diz que o atleta foi descoberto em 2018, num período em que ele trabalhava na Escola Agostinho Simonato.
“Eu o conheci lá e convidamos para vir treinar no ginásio do Aeroporto no Projeto Nosso Esporte, da Prefeitura de Cachoeiro”, relata.
Segundo o treinador, ao perceber o talento do aluno nas aulas, aplicou testes de velocidade e identificou que ele poderia ser um atleta paralímpico.
“Num primeiro momento participamos da seletiva estadual. Com o êxito, fomos para o nacional. Na época Weller era sub-14. Agora é atleta da categoria juvenil, o que exige um outro preparo. Ele agora precisa se dedicar à musculação e faz isso com o professor Édipo Flausino”, detalha o treinador.
Quantos aos próximos passos, o professor diz que os trabalhos não param. “Ele está pré-convocado para o Camping Brasileiro em janeiro, na última semana, e vai concorrer com os melhores atletas do País. Passando isso, vamos participar do Regional Sudeste, também em 2022”.