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Apenas crença popular?

escritoras-cachoeirenses2-07-01-23
Escritoras Cachoeirenses

Acordo cedo. Sexta-feira. Ouço o vaievém matinal de vizinhos. Pássaros. Trabalhadores. Estudantes. Sinto o cheiro de café que evapora em alguma residência.

Mas o que foge à rotina matinal é a agitação dos quero-queros (também conhecidos como abibe-do-sul), prenunciando algo. Também há um vento que assopra forte, beirando a velocidade de 22 km/h.

Quanta precisão.

A previsão do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) que me alertou logo cedo sobre a umidade, a intensidade do sol e a velocidade do vento.

Este sempre nos traz boas notícias, por vezes. Em outras, porém, nem tão boas. Mas sempre nos proporciona algum sentimento ou sensação diferente. Há também a neutralidade. De um dia normal.

Sobre os protagonistas desta manhã de sexta-feira e toda a sua agitação, a minha mãe sempre conta que a euforia dos quero-queros tem significado popular, que foi alimentado no decorrer da história pelas crendices.

Mas, afinal, o que as aves, tão bonitas, irrequietas e bravas, querem nos dizer? De acordo com as crendices populares, contadas por minha mãe, toda a agitação delas, que acontece esporadicamente, prenuncia notícias ruins, tristes, tais como falecimentos de pessoas conhecidas.

Muitas pessoas afirmam que essa crendice é um fato real, que já perderam pessoas conhecidas, amigas ou familiares quando o dia começa com o barulho das aves.

Há quem diga, no entanto, que a agitação nada mais é que uma defesa das aves quando se sentem ameaçadas ou quando os seus ninhos com ovos ou já com filhotes estão sob ameaças. Mitos ou verdades, os fatos atraem a minha atenção. A agitação causa espanto e curiosidade. Todavia, confesso que fico torcendo para que ninguém morra em dias de agitação dessas aves.

Néia Gava é especialista em Letras: Português e Literatura. Servidora Pública, escritora, poeta, possui sete antologias poéticas publicadas. Membro do Conselho Editorial da Revista Sarau, membro do Conselho Municipal de Política Cultural de Vargem Alta, acadêmica correspondente da Academia de Letras e Artes de Venda Nova do Imigrante – ALAVENI. Acadêmica correspondente da Academia Pan-Americana de Letras e Artes – APALARJ

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