A necessidade de se reinventar em tempos de pandemia levou algumas artesãs de Cachoeiro a lançarem um novo olhar sobre o trabalho que sempre fizeram com material que compravam com relativa facilidade para confeccionarem suas peças.
Para manterem uma renda mínima, seis artesãs começaram a usar sobras de linhas de vários tipo de fios de novelos e meadas e de retalhos, seja por falta de material no mercado, ou porque não tinham dinheiro em função das exposições presenciais em que faziam suas vendas terem sido suspensas.
A ideia surgiu quando Sirlei Alves de Souza, idealizadora e coordenadora do Núcleo de Bordadeiras do Rei, participou do projeto Tempestade de Amor, ministrado pelo Sebrae, e foi surpreendida com a pergunta do que faria para driblar as dificuldades em tempos de crise.
A artesã conta que pensou e respondeu imediatamente que lançaria mão de sobras de materiais para reinventar o seu uso.
“Minha resposta estava dentro do que o projeto pretendia e fui escolhida para dar início aos trabalhos com outras artesãs”, relata.
As peças ficaram tão bonitas que estarão na exposição de artesanato tradicional no Espírito Santo, a Artesanto, na Praça do Papa em Vitória, conta Sirlei. “Tirei fotos de tudo que tínhamos e enviei e eles gostaram muito”, conta a artesã, responsável por receber as peças, lavar, passar e deixá-las prontas para serem expostas ao público.
As artesãs se reúnem no 2º andar do Mercado Municipal, mas em tempos de pandemia, cada uma trabalhou na própria casa.
Sirlei Souza faz um apelo a quem tiver sobra de linhas, retalhos, rendas, ponto russo e outros materiais e quiser doar, e só avisar pelo telefone (28) 99918-3383 que uma das artesãs busca o material.