Uma árvore de mais de 80 anos está sendo cortada no centro de Mimoso do Sul e o fato revoltou a moradores e comerciantes da cidade. O tronco ainda está de pé, mas será arrancado.
Surpreendidos com a ação, que começou com a poda de todos os galhos, a população busca explicação para a ameaça de supressão da árvore quase centenária, segundo um morador que tem um comércio na praça central da cidade há mais de 30 anos.
“Hoje fizeram o corte de uma figueira que já é considerada como patrimônio da cidade, mas como alegaram, infelizmente o dinheiro e o progresso estão acima dessas questões ambientais”, reclama. O homem diz que ouviu uma fala do prefeito de que houve uma liminar da justiça autorizando o corte.
“Há tempos atrás, o proprietário do imóvel próximo da árvore já tentou por outros meios matá-la injetando veneno. Mas lamentavelmente a derrubada está acontecendo”.
Segundo o secretário municipal de Serviços Urbanos José Olímpio de Souza Pereira, a árvore será cortada porque o proprietário da casa próxima, que não quis dar entrevista, ganhou na Justiça, após brigar por dez anos, o direito de cortá-la por causa dos danos que ela causou à residência da família.
Segundo José Olímpio as raízes danificaram as instalações hidráulicas, comprometendo o vaso, as pias e o encanamento do banheiro, além de ter abalado toda a estrutura do imóvel.
“A árvore deu um monte de mudas, e elas foram brotando dentro da casa, um imóvel construído em 1910, antes do plantio da árvore por um ex-prefeito”, explica.
A EDP atuou no local e fez a poda da árvore, mas segundo a assessoria da concessionária, o serviço é feito onde há riscos, e que não cabe a ela o corte, mas à Prefeitura. Já o secretário de Serviços Urbanos diz que sua equipe está apenas limpando e retirando os galhos do local.
“Tem que ficar muito claro para os moradores que ninguém ia cortar uma árvore centenária se não tivesse um motivo sério. Preocupado com a repercussão, o Ministério Público até pediu apoio da Polícia Militar para que o serviço fosse realizado”, informou.
Aguardamos retorno do Ministério Público sobre o assunto.