A ansiedade é um problema bastante comum entre os brasileiros. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população nacional sofre com o transtorno, o que nos coloca no topo do ranking de países mais ansiosos do mundo. Vale destacar que a condição está entre as motivações para o suicídio.
A crise de ansiedade ocorre quando o indivíduo atinge um pico de desequilíbrio emocional. Se frequente, pode indicar um transtorno, mas como identificar e lidar com uma crise dessas de maneira prática e eficaz?
“O transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno do pânico e o transtorno de estresse pós-traumático podem levar a preocupações constantes, medos intensos e reações de ansiedade extrema. Quando não tratados, esses transtornos podem aumentar o risco de comportamento suicida”, alerta Dra. Julia Trindade, psiquiatra pós-graduada em neurociências do comportamento e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Em seus momentos de maior intensidade, o indivíduo pode experimentar crises de ansiedade, elevando os potenciais riscos do transtorno. A psicóloga Luana Ganzert especialista em emoções e autora do livro “Você Vive ou Sobrevive?”, aponta os principais sinais de uma crise de ansiedade e oito maneiras de lidar bem com o transtorno.
Sinais de crise de ansiedade
Sensação intensa de medo ou pânico;
Batimentos cardíacos acelerados ou palpitações;
Respiração rápida ou dificuldade para respirar;
Tremores ou sensação de fraqueza nas pernas;
Sudorese excessiva;
Tontura ou sensação de desmaio;
Sensação de sufocamento ou opressão no peito;
Náusea ou desconforto abdominal;
Sentimento de irrealidade ou desconexão da realidade (despersonalização);
Medo de perder o controle ou enlouquecer.
“É importante ressaltar que esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Se você ou alguém que conhece estiver experimentando esses sintomas de forma grave e recorrente, é fundamental procurar ajuda médica ou psicológica. Um profissional de saúde pode fazer um diagnóstico adequado e sugerir opções de tratamento, que podem incluir terapia cognitivo-comportamental, medicamentos ou outras abordagens terapêuticas”, destaca a especialista.
Quando o problema se torna um transtorno
Conforme Luana, quando as crises se tornam recorrentes, isso pode indicar a presença de um transtorno de ansiedade. “Os transtornos de ansiedade são condições mentais caracterizadas por preocupações e medos excessivos que são desproporcionais às situações reais e que persistem ao longo do tempo”, explica.
Existem vários tipos de transtornos de ansiedade, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), por exemplo, que envolve preocupações constantes e excessivas sobre várias áreas da vida, como saúde, dinheiro, trabalho, entre outros.
“Quando esses episódios de ansiedade se repetem e interferem significativamente na vida diária, é importante procurar ajuda de um profissional de saúde mental. Isso porque o tratamento adequado, que pode incluir terapia, medicamentos ou uma combinação de ambos, pode ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com transtornos de ansiedade”, afirma a psicóloga.
Sintomas de transtorno de ansiedade
Luana reforça que os sinais de ansiedade podem variar de pessoa para pessoa. Mas, geralmente, incluem uma combinação de sintomas físicos, emocionais e comportamentais. A profissional aponta os mais comuns:
Sintomas físicos: batimentos cardíacos acelerados ou palpitações; respiração rápida ou falta de ar; tensão muscular; tremores; sudorese excessiva; náusea ou desconforto abdominal; tontura; insônia; entre outros.
Sintomas emocionais: preocupação excessiva ou pensamentos negativos; sensação de medo ou pânico, inquietação; irritabilidade; dificuldade de concentração; sensação de apreensão constante.
Sinais comportamentais: evitar situações desencadeadoras de ansiedade; comportamentos de busca de alívio, como roer unhas ou balançar as pernas; isolamento social; procrastinação de tarefas devido à preocupação.
Oito dicas de como lidar com a ansiedade
A psicóloga destaca as principais formas de tratar o transtorno de ansiedade, uma vez que ele envolve uma abordagem multifacetada. Confira:
- Consultar um profissional de saúde mental: O primeiro passo é buscar ajuda de um terapeuta, psicólogo ou psiquiatra para um diagnóstico adequado e tratamento personalizado.
- Buscar terapia: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente usada no tratamento da ansiedade. Ela ajuda a identificar pensamentos negativos e a desenvolver estratégias para enfrentá-los.
- Buscar ajuda medicamentosa com psiquiatra: Em alguns casos, o uso de medicamentos sob prescrição médica pode ser necessário para controlar sintomas graves de ansiedade.
- Praticar autocuidado: Praticar técnicas de relaxamento como meditação, ioga e exercícios de respiração, pode ajudar a reduzir a ansiedade.
- Construir um estilo de vida saudável: Manter uma dieta equilibrada, fazer exercícios regularmente e garantir um sono adequado contribuem para o gerenciamento da ansiedade.
- Se conectar com uma rede de apoio: Compartilhar seus sentimentos com amigos e familiares de confiança pode proporcionar suporte emocional.
- Evitar estressores: Identificar e evitar situações que desencadeiam a ansiedade sempre que possível é útil.
- Adquirir aprendizado sobre ansiedade: Educar-se sobre a ansiedade e seus sintomas podem ajudar a entender melhor o que está acontecendo e como lidar com isso.
“É importante lembrar que cada pessoa é única, e o tratamento da ansiedade deve ser adaptado às suas necessidades individuais. Trabalhar em conjunto com um profissional de saúde mental é a chave para o manejo eficaz desse transtorno”, destaca a especialista.
Fonte: Saúde em Dia