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Avós são eternos

escritoras-cachoeirenses2-07-01-23
Escritoras Cachoeirenses

Há algo melhor nesse mundo de meu Deus do que a lembrança dos avós?

Broa de fubá quentinha, bolo caseiro, cheiro de café, hum, dá para sentir como se fosse possível tocar as lembranças com a ponta dos dedos.

Cafuné, carinho no joelho, aquele toque leve dos dedos magros, também posso sentir como se ela ainda estivesse aqui, é uma lembrança viva, coisas da minha avó paterna.

Meu avô paterno, tão pequeno, alguém que parecia ter retornado à infância, correndo no quintal atrás dos netos, posso ouvir seus passos, revejo seu jeito sério, juro que ele ainda está bem vivo.

O riso tímido e sofrido do meu avô materno, doente, acompanhando meu crescimento, esse não era de muitas palavras, apenas de sorrisos… partiu cedo, mas o sorriso está vivo, eu diria que consigo ouvi-lo.

Minha avó materna, o esquecimento nos apagou dos seus últimos dias, não passávamos de desconhecidos, mas ainda ouço seus conselhos ao pé do ouvido, o riso quase inocente, a comida cheirosa e a lembrança do pé de manacá, sempre florido na escada da sala.

Não importa onde eu esteja, o pé de manacá me leva de volta à ela e, junto, traz meus avós, os puxões de orelha e as vezes que minha avó paterna parava ao longo do caminho para me permitir descansar e prosseguir. Ela dizia:

—Vamos parar nessa sombra, estou cansada.

Hoje, entendi que ela não estava cansada, eu estava e ela percebia, ela me ensinou a descansar, não a parar.

Chegou, enfim, a minha vez. Me tornei avó, assumi o papel de contar histórias, de carregá-los comigo, de voltar à infância, de fazer as palhaçadas, de puxar as orelhas e preparar os chazinhos de vó, claro.

Em um desses passeios, subindo um pequeno morro, a recordação dos meus avós me levou a dar continuidade à vida, a torná-los imortais e, de certa forma, a mim também.

Enquanto caminhava, contei à minha netinha inúmeras histórias que vivi com meus avós, paramos na metade do morro como minha avó fazia, continuamos e minhas histórias acabaram, foi então que vi o brilho nos olhos da minha neta, enquanto ela dizia:

— Conta mais dessas histórias, elas são bonitas, gosto de ouvir.

Eu estava sendo avó, desempenhando muito bem o meu papel.

Mércia Souza. Mércia Souza, mãe, avó, artesã, escritora e tudo que uma mulher é. Dois romances publicados, diversas participações em antologias e o sonho de um mundo livre e de igualdade para seus filhos e netos.

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