A Diocese de Cachoeiro de Itapemirim lançou uma iniciativa firme e inédita para envolver diretamente os homens no combate à violência contra as mulheres.
Em carta pastoral, o bispo Dom Luiz Fernando Lisboa, faz um apelo claro à responsabilidade masculina diante dos altos índices de agressões registrados no Espírito Santo.
No documento, motivado pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de novembro), o bispo afirma que a violência doméstica é uma “ferida moral, espiritual e humana” que exige posicionamento imediato.
Ele lembra que, apenas em 2024, o estado registrou mais de 15 mil atendimentos por violência no Ligue 180 e milhares de denúncias formais, números que, segundo ele, representam vidas feridas e famílias destruídas.
Dom Luiz destaca que cada dado estatístico tem rosto, história e muitas vezes crianças traumatizadas.
Apoiado em referências bíblicas e em documentos da Igreja, ele reforça que nenhum tipo de agressão é compatível com a fé cristã e que modelos de masculinidade baseados no medo e no domínio precisam ser superados.
A iniciativa da Diocese inclui um chamado direto aos homens das comunidades: falar sobre o tema, promover rodas de conversa, combater o machismo e apoiar quem precisa de ajuda.
O bispo pede que ninguém se omita diante de agressões praticadas por parentes, amigos ou vizinhos: “Uma conversa pode salvar vidas”, afirma na carta.
O documento também orienta como agir em casos suspeitos ou confirmados de violência, acionando o 180, o 190, a Delegacia da Mulher e as redes de proteção.
Entre as propostas concretas da Diocese estão a criação de grupos comunitários de enfrentamento, formação de agentes para acolhimento de vítimas e a produção de materiais educativos para homens.
E também a mplementação do “Mês da Proteção da Mulher” e integração das paróquias às políticas públicas existentes.
Dom Luiz encerra com um pedido de perdão às mulheres pelo silêncio histórico e uma convocação à mudança.
Ele invoca São José como referência de cuidado e respeito e pede que os homens sejam “defensores da dignidade de cada mulher”.
A carta passa a orientar ações pastorais em toda a Diocese e reforça o posicionamento da Igreja local como aliada no combate à violência de gênero.
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