O efetivo do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo está preparado para atuar em casos de inundação, lama ou estouro de barragem, afirmou o tenente coronel Herbert de Carvalho, comandante do 3º Batalhão de Bombeiros Militar de Cachoeiro de Itapemirim.
“As nossas equipes têm preparo e capacidade para atender a esses tipos de ocorrências, mas é importante salientar que determinados tipos de eventos, devido à sua magnitude, são multiagenciais. Nos casos de rompimento, não são envolvidos recursos de apenas uma instituição. Precisamos de helicóptero, maquinários e outros suportes que não se limitam a apenas um órgão”, disse.
O coronel informou que no treinamento é disponibilizado um curso de salvamento aquático, o salvamento terrestre, cães farejadores (que estão preparados para encontrar pessoas soterradas) e pessoal multidisciplinar treinado em estruturas colapsadas.
Mas Herbert diz que o correto é perguntar se o Estado está preparado. E que a resposta é que ele está, dependendo da magnitude da tragédia.
“Em Brumadinho, o governo está contando com ajudas de outros estados e instituições, inclusive dos bombeiros do Espírito Santo. Nenhuma instituição sozinha está preparada para atender isso. Todas elas vão demandar, em maior ou menor grau, de recursos de outras instituições por conta de todas as ações envolvidas e dos problemas que estão por trás do rompimento de uma barragem”.
O comandante do Corpo de Bombeiros de Cachoeiro fala da importância da população estar ciente dos riscos que envolvem aquela barragem, de acordo com o grau de inundação que ela é capaz de provocar e conhecer a sinalização de emergência, que falhou em Brumadinho porque a sirene foi engolida pela lama.
Segundo ele, é fundamental que a pessoa esteja ciente dos riscos que a barragem apresenta, se a sua residência está próxima ou não dessa área, em que grau ela seria afetada, o que fazer e os meios utilizados pela empresa para avisar aos moradores em casos de emergência.
“É importante que o plano de evacuação e o plano de emergência seja de ciência dos que moram perto ou no entorno da barragem, que todos saibam como funciona e como atuar, e para onde ir em caso de acionamento das sirenes de emergência”, finaliza.