O Brasil terá seu primeiro lockdown (confinamento) a partir de terça-feira (5), em quatro cidades da região metropolitana de São Luís (MA), por causa da pandemia de coronavírus: São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. A decisão foi tomada pela Justiça maranhense.
O lockdown é a maior restrição que pode ser adotada para enfrentar a Covid-19 e já foi implementado na Itália, Espanha e China. No Maranhão, a previsão inicial é de 10 dias de duração, podendo ser reavaliado de acordo com o avanço da doença. O governador Flávio Dino informou que vai seguir a decisão judicial.
Quarentena x lockdown
Diferente da quarentena, ficar em casa passará a ser uma imposição, e não mais uma recomendação. Com isso, a população só pode sair para a rua por motivos de emergência.
Com isso, ficarão suspensas as atividades não essenciais, com exceção de serviços de alimentação, farmácias, portos e indústrias que trabalham em turnos de 24 horas. As demais atividades comerciais não podem funcionar.
A entrada e saída de veículos fica proibida por 10 dias, com exceção para caminhões, ambulâncias, atividades de segurança e veículos que estiverem transportando pessoas para atendimento médico.
Veículos particulares não poderão circular pela cidade, com exceção para compra de alimentos ou medicamentos, e transporte de pessoas para atendimento de saúde.
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O uso de máscaras segue sendo obrigatório e haverá limitação da circulação de pessoas em espaços públicos. Bancos e lotéricas abrirão apenas para o pagamento do auxílio emergencial, salários e benefícios, com organização de filas.
Decisão judicial
A decisão do juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís, levou em conta pedido do Ministério Público do Maranhão que informava que na última terça-feira (28), todos os 112 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede estadual para pacientes com Covid-19 estavam ocupados.
Em sua decisão, o juiz afirma que é preciso adotar o bloqueio total porque “é a única medida possível” e eficaz para conter a doença e permitir que o sistema de saúde no Estado, público e privado, consiga se reorganizar para atender os pacientes.
Espírito Santo
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, afirmou em videoconferência com a imprensa na última quinta-feira (30) que espera que o Estado não chegue a necessitar do lockdown. Ele destacou que para isso não acontecer será necessário que as pessoas se conscientizem e mantenham o isolamento social acima de 50%. Nesta semana, o índice chegou a 46%.
“Estamos tentando correr mais rápido do que o número de pessoas que chegam nos leitos. Enquanto tentamos correr, pedimos para que as pessoas fiquem em casa, cumpram o isolamento social. Quando se fala em lockdown, de fato é fechar todas as indústrias, serviços e comércio, menos supermercados e farmácias. É proteger as pessoas de saírem de casa. Isso foi feito em alguns países. Pode ser que a gente chegue nisso, mas espero não chegar nesse nível de radicalização”, disse o governador na última quinta-feira (30).
Casagrande ainda ponderou: “O lockdown não vem se as pessoas não estiverem preparadas. Governo pode decretar e as pessoas não cumprirem. Elas ainda não estão com medo do vírus suficiente para ficar em casa. Espero que não seja necessário porque o tempo certo só chega junto com o desastre, e queremos evitar o desastre”, afirmou.