O agrônomo Luciano Andrade Moreira foi reconhecido internacionalmente por um dos trabalhos científicos mais relevantes do ano.
Ele aparece na lista “Nature’s 10”, publicada pela revista Nature, que anualmente destaca dez pessoas do mundo que ajudaram a transformar a ciência.
Moreira atua há mais de dez anos em uma frente de pesquisa que muda a forma de combater doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Ele investiga a utilização da Wolbachia, uma bactéria presente naturalmente em várias espécies de insetos, para reduzir a capacidade do mosquito de transmitir vírus como dengue, zika e chikungunya.
O método, conhecido como “Método Wolbachia”, ganhou força depois de estudos que mostraram que mosquitos infectados com a bactéria têm probabilidade muito menor de transmitir esses vírus.
A Nature lembra que o mecanismo ainda não é totalmente compreendido, mas há duas hipóteses principais: a Wolbachia pode competir com o vírus por nutrientes ou ativar no mosquito proteínas que funcionam como defesa antiviral.
Mosquitos que ajudam a combater doenças
Quando mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente e se reproduzem com outros Aedes, a bactéria passa para as novas gerações.
Esses mosquitos modificados, conhecidos como wolbitos, tornam a transmissão de arboviroses mais difícil.
Esse processo acontece em uma biofábrica instalada em Curitiba (PR), dirigida por Moreira.
A estrutura é resultado de uma parceria entre a Fiocruz, o IBMP e o World Mosquito Program (WMP), organização sem fins lucrativos que atua em vários países.
O projeto já integra a estratégia nacional do Ministério da Saúde para enfrentar arboviroses.
As liberações de mosquitos com Wolbachia estão em andamento em Brasília (DF), Balneário Camboriú (SC), Blumenau (SC), Joinville (SC), Luziânia (GO) e Valparaíso de Goiás (GO).
A definição das cidades leva em conta o histórico recente de casos e outros indicadores epidemiológicos.
Reconhecimento internacional
A Nature, fundada em 1869 e considerada a revista científica mais influente do mundo, usa a lista “Nature’s 10” para destacar pesquisas e trajetórias científicas de grande impacto global.
O reconhecimento não funciona como prêmio ou ranking, mas amplia a visibilidade de iniciativas que ajudam a enfrentar desafios urgentes.
Em 2023, a ministra Marina Silva, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, também integrou a lista pelos avanços no combate ao desmatamento na Amazônia Legal.
Fonte: Agência Brasil
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