sex 29/março/2024 • 06h27
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Anete Lacerda

Este é um projeto do jornal diaadiaes.com.br que retrata a vida de mulheres que influenciam, fazem diferença e nos inspiram a seguir em frente.

São personagens reais que estão em todos os lugares e são protagonistas de suas próprias histórias. Que contribuem para um mundo melhor.

Seja bem-vindo a mais uma  história de uma incrível mulher.

Letícia Reis

Mãe de três filhos, caminhoneira desbrava rodovias do país

Letícia Reis, mãe de três filhos e residente em Cachoeiro, aprendeu com o marido a dirigir caminhão e hoje trabalha entre o Espírito Santo e São Paulo. É conhecida nas estradas como Poderosa, apelido que parece ter aprovado, já que p adotou inclusive no seu perfil no instagram.

"Não desistam. Vão falar mal. Vão por em dúvida o motivo de você querer estar na estrada.  Vão duvidar que você seja capaz. Numa seleção vão escolher homens menos preparados que você. Mas sigam em frente. Que isso sirva de incentivo para você se qualificar e vencer. Fácil não é. Mas é possível”.

Os motoristas que percorrem com frequência a BR 101 entre o Espírito Santo e São Paulo nos últimos três anos podem ter cruzado com uma cachoeirense ao volante do seu caminhão transportando chapas de granito.

É Letícia Reis, de 31 anos, mãe de três meninos. Mas pode chamar de Poderosa, seu QRA(apelido) da estrada. Conta que se interessou pela profissão,  tirou a habilitação, mas só começou a dirigir profissionalmente após ser abandonada pelo companheiro com os filhos ainda pequenos.

“Quando ele me deixou, entrei em desespero porque tinha três crianças para criar e não sabia de onde tirar o nosso sustento. Quando comecei a dirigir meus filhos tinham dois, oito e 12 anos”.

A afinidade com a estrada se intensificou com o atual marido, Jhonatas Bonato, o QRA Vampiro, que também é caminhoneiro e com quem viajou por quase um ano e aprendeu tudo que sabe sobre o transporte de carga pesada.

Após esse período, se  profissionalizou e passou a tirar o sustento da estrada.  A motorista relata que até dirigir sozinha, viajou com amigos que estavam com a carteira suspensa ou vencida.

Vaidosa, carrega o estojo de maquiagem, mas nos dias mais corridos usa apenas batom. Já tem postos escolhidos em que se sente segura para tomar banho. Conta que encontra poucas caminhoneiras, geralmente em caminhões baú.

“Não é comum mulheres transportarem chapas de granito. As pessoas acham que uma mulher não é capaz de fazer esse transporte  por ser mais pesado e trabalhoso”.

Uma coisa em especial a incomoda nessa vida na boleia de um caminhão: o preconceito em relação à capacidade da mulher. “ Tenho sempre que trabalhar dez vezes mais para provar que sou competente e capaz”.

Letícia enfatiza que não quer as pessoas ligando os erros que por acaso cometer ao fato de ser mulher. “Se errar, é porque o erro é humano. Não por falta de capacidade ou competência. Mas em função dessa preocupação me cobro demais o tempo todo”.

 

Assédio

Fora o fato de ter que ser firme  e dedicada para refletir capacidade, a caminhoneira cachoeirense diz que não é assediada na estrada.

Aponta, contudo, o ciúme das mulheres dos caminhoneiros como o grande problema que enfrenta. “Na cabeça delas eu estou na estrada querendo o marido delas, o que é lamentável”.

Apesar dos desafios que a estrada impõe, Letícia dá um conselho a outras mulheres que sonham em dirigir um caminhão e pegar a estrada.

“ Não desistam. Vão falar mal. Vão por em dúvida o motivo de querer estar na estrada.  Vão duvidar que você seja capaz. Numa seleção vão escolher homens menos preparados que você. Mas siga em frente. Que isso sirva de incentivo para você se qualificar e vencer. Fácil não é. Mas é possível”.

O Instagram de Letícia é @poderosaCaminhoneira

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"A escrita representa o meu instrumento de luta"
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Escritora e Gerontóloga
'O importante da vida é agora. O ontem já foi e o futuro é incerto."
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"Ser mulher e artista é saber que não sera fácil, mas entender que é a ferramenta para a luta contra o patriarcado."
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Bióloga, professora e funcionária pública
“Mais que realizada profissionalmente, eu vejo que a minha profissão é tão prazerosa de ser exercida e que gera um impacto tão positivo que se tornou algo que vai além de um trabalho, mas um estilo de vida que eu escolhi seguir.”
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Coordenadora de Marketing do HIFA
"A morte da mulher frente aos seus ideais não se trata de um suicídio dos desejos. O império patriarcal machista e opressor é o algoz que lhes corta a cabeça."
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Escritora, Produtora Cultural e graduanda em Letras
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"Sou alguém que busca evoluir a cada dia, sempre pensando de forma coletiva. Precisamos sempre uns dos outros."
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"A arte de ser mulher através dos tempos escreve histórias diárias de coragem e luta."
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