Os caminhoneiros do setor de rochas do Estado ameaçam fazer uma nova paralisação nas estradas ainda nesta semana exigindo a padronização na fiscalização sobre a amarração das cargas nas carretas.
Seria a segunda mobilização da categoria em menos de três semanas. A primeira teve início no último dia 12 e foi suspensa após uma trégua de sete dias ser acordada pelos profissionais em uma reunião entre eles e representantes da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério Público Federal (MPF), na sede da PRF, no dia 14, em Vitória.
“Era para ter ocorrido uma nova reunião na quarta-feira passada (21), mas não teve. Eles não quiseram. Nem a PRF nem o MPF. E nas rodovias ainda estamos vendo os mesmos problemas”, argumentou nesta segunda (26) Alan Dias Parada, 49, porta-voz da categoria.
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O representante dos caminhoneiros disse que o grupo pretende, ainda nesta segunda-feira (26), procurar um advogado para contar com o apoio jurídico em seus protestos.
“Estamos querendo fazer um sindicato ou uma cooperativa e contratar um advogado. [Essa entidade] Englobaria o pessoal do Estado todo. Iríamos até parar hoje [nesta segunda-feira], mas decidimos correr atrás de um advogado. Na outra mobilização, só contamos com a gente mesmo, os motoristas. Tem de parar de novo, não tem como. No posto da Serra, de quinta para sexta-feira passada, ficaram 12 carros presos por causa da amarração. E as travas da frente e de trás não encostavam nos blocos. Vai ter de tirar os blocos de cima e colocar na caçamba. Como bota na caçamba?”, questionou.
O caminhoneiro acrescentou que espera uma adesão de 80 a 100 motoristas, ao menos, em um novo protesto. “Só no nosso grupo de WhatsApp, somos 178. O advogado falará se é melhor parar de novo ou procurar a Justiça”, comentou.
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Alan afirmou que a fiscalização não vem permitindo a amarração por cima dos blocos, o que, segundo ele, é inviável. “Não tem como amarrar para o lado. Dependendo da altura do bloco, tem de ser por cima mesmo. Por exemplo, um bloco de 50 centímetros, não tem como amarrar pela lateral.”
PRF e MPF respondem
Procurada pela reportagem do portal Dia a Dia ES, a PRF informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não pretende no momento fazer nova reunião com a categoria. Sobre a fiscalização, disse que seguirá “o que consta nas recomendações da Procuradoria da República, sobre os dormentes de madeira (barrotes), que foram encaminhadas tanto para o Sindirochas , quanto para a liderança dos motoristas”.
Demandas
Os caminhoneiros reivindicam que a fiscalização da amarração das rochas nas carretas seja padronizada, além de uma definição para a forma correta de travamento dos cavaletes e liberação de licença para a utilização de nove eixos. Os motoristas também cobram um maior controle nas pedreiras para combater a fabricação de blocos fora do padrão. E querem ainda participar de reuniões para discutir esses tipos de mudanças.
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Na primeira greve, os motoristas ficaram parados em cinco pontos de concentração em Cachoeiro (Rodovia do Frade), um em Baixo Guandu e um em Colatina. Estradas de Vargem Alta, Atílio Vivácqua e Castelo também registraram paralisações. As pistas das rodovias de todas elas, no entanto, não foram bloqueadas.