Um problema antigo voltou a tirar o sono dos moradores de Itapemirim após longo período de chuva: a infestação de caramujos africanos (Achatina fulica). Esses moluscos têm grande facilidade de se multiplicar, podendo realizar até cinco posturas por ano, com 50 a 400 ovos por cada animal. Geralmente passam o dia escondidos e saem para se alimentar e se reproduzir à noite ou após longos períodos de chuva.
Para minimizar a situação, a Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde de Itapemirim, está traçando ações de combate e conscientização da população. A primeira orientação é para evitar o contato direto com os moluscos, que podem ser portadores de parasitas. No entanto, a contaminação em humanos acontece por meio de alimentos e água contaminados.
“Esses caramujos são uma praga em diversos países do mundo e sua erradicação é impossível, pela quantidade existente, rápida multiplicação e não possuir predador natural. O nosso setor de controle de zoonoses está ciente do problema e organiza ações de combate, mas a ajuda da população é fundamental. Quem encontrar esses caramujos deve os recolher com o auxílio de uma luva, matá-los, quebrar a casca e, se for possível, incinerar”, explica o diretor da Vigilância em Saúde, Wesley Daré.
Para matar os caramujos, Wesley diz que podem ser utilizadas diversas técnicas, como colocar os moluscos em um balde com solução de cloro diluído em água, ou utilizar cal virgem que mata os indivíduos adultos e seus ovos.
Restinga
Os moluscos também podem ser encontrados na restinga de algumas praias de Itapemirim. Para este combate, Wesley afirma que está em contato com a Secretaria de Meio Ambiente para que, em parceria, consigam eliminar os animais destes ambientes.
“Por serem locais com grande umidade e rico em alimentos para os caramujos, todos os anos há infestação nas restingas das praias e não há nada que possa ser feito para evitar isso, além da retirada manual. Por isso, já estamos em parceria com as secretarias de Meio Ambiente e Regional de Itaoca e Itaipava para realizar este serviço”, complementa.
Quem precisar de orientação sobre os moluscos pode acionar o setor de zoonoses do município pelo telefone: (28) 3529-5365.
Os caramujos africanos foram trazidos para o Brasil na década de 1980, como uma opção mais barata ao escargot. Entretanto, como o sabor da carne não agradou, eles foram descartados sem cuidado na natureza e se proliferaram pelo litoral brasileiro, pois não possuem um predador natural que ajude no equilíbrio da população.
Eles são responsáveis pela transmissão de duas doenças: a meningite eosinofílica, causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis, e a angiostrangilíase abdominal, causada pelo parasita Angiostrongylus costaricensis.
Como se precaver
• Mantenha o jardim, quintal e áreas verdes limpos e capinados, descartando resto de obra, entulho, pedras e acúmulo de material orgânico (capim, folhas, galhos, etc), pois são esconderijos ideais para os moluscos.
• Não jogue os caramujos em terrenos baldios, na rua ou diretamente no lixo, o que proporcionará um incremento na proliferação da praga em outros locais.
• Jamais esmague os caramujos no local, o que promove exposição, apodrecimento de sua carne e acúmulo de moscas, baratas e roedores.