O governador Renato Casagrande, que é presidente do Consórcio Brasil Verde, debateu nesta segunda-feira (14) sobre mudanças climáticas e o mercado de carbono na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que acontece na cidade de Sharm El-Sheikh, no Egito.
Casagrande participou de uma reunião sobre o mercado de carbono e como o Espírito Santo pode avançar no tema, com membros da WRI Global [World Resources Institute] e da WWF [World Wildlife Fund], no espaço Brazil Climate Action Hub.
“Temos temas importantes para que possamos atingir a meta de descarbonização. Cada Estado precisa ter seu plano de descarbonização e o Espírito Santo está liderando este projeto”, destacou o governador.
Ele continuou: “Estamos apresentando nossos programas, como o Reflorestar. Tenho quatro anos de gestão e pretendo consolidar o mercado de carbono no Estado, tornando o Espírito Santo uma referência no setor”.
No encontro, o especialista em mudanças climáticas da WWF, Alexandre Curvelo, elogiou a expertise do Espírito Santo e sugeriu ações, como a criação de uma agência de mudanças climáticas para que o Estado siga sendo referência na área ambiental.
Também participaram a diretora de Impacto Global e Ação Local da WRI, Adriana Lobo; Fábio Feldmann, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê); e Guilherme Syrkis pelo Centro Brasil no Clima (CBC).
Na COP 27, o governador representa o Consórcio Brasil Verde, que reúne diversos estados brasileiros.
“A presença dos governadores da Amazônia aqui mostra a importância do Consórcio. É preciso debater uma ação mais ampla dos estados. Essa tarefa não é apenas do governo federal. Temos um movimento forte que envolve todos os governadores que é o Consórcio Brasil Verde, que se soma aos consórcios da Amazônia e do Nordeste. Temos clareza que cada estado pode e deve colaborar no que o Brasil acordou em Paris em 2015”, destacou.
Casagrande defende ainda que os estados têm um papel importante na fiscalização do desmatamento, na transição energética, na execução de obras de recuperação e ações para captura de carbono.
“O debate da COP 27 gira em torno dos países que ainda não fecharam um entendimento sobre como prover o financiamento aos países que têm seus patrimônios naturais protegidos. De que forma os países que já destruíram seus recursos naturais podem avançar no financiamento dos países que têm recursos preservados”, completou.
O governador destacou ainda que o Brasil precisa avançar na regulamentação do mercado de carbono. “Será importante que nós governadores coloquemos para o presidente eleito [Luiz Inácio Lula da Silva], que também estará aqui presente, a nossa pauta prioritária como, por exemplo, a forma que cada Estado irá construir seu pleno de neutralidade de carbono para que possamos buscar financiamentos internacionais e fazermos investimentos nessa área”.
Também participaram do evento, os governadores que compõem o consórcio amazônico: Hélder Barbalho (Pará), Mauro Mendes (Mato Grosso), Wanderlei Barbosa (Rondônia) e Gladson Cameli (Acre).
A comitiva capixaba na COP 27 conta ainda com o secretário de Estado do Meio Ambiente, Fabrício Machado; a subsecretária de Estado de Planejamento e Projetos, Joseane Zoghbi, e o coordenador de projetos, Robson Monteiro.