Já é julho e as cerejeiras começam um espetáculo.
Pequeninos botões brotam entre musgos e galhos secos, eclodindo em flores rosas e charmosas.
A florada se renova de três em três dias, tempo suficiente para os mais afoitos encontrarem os melhores ângulos, a melhor luz e, não menos importante, desfilarem as roupas de inverno que só veem a luz solar nessa época.
No bosque das cerejeiras, todos se encantam com a beleza efêmera das flores que pintam a paisagem com um tom oriental. Para alguns, a vida na palma da mão, outros suspiram apaixonados sob seus galhos, jurando amor eterno ou, quem sabe, um amor tão fugaz quanto a duração da florada.
Imagino o número incontável de pessoas que essas cerejeiras já viram… cenas, closes, juras, desilusões, solidão. Teriam muito o que contar… uma pena que vivem tão pouco… mas, sempre, florescem.