Violência doméstica, assédio sexual, equidade salarial, reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia são temas que ainda causam os mesmos transtornos de tempos em que era vedada a participação política feminina. Afinal, a mulher tem consciência de como seu voto impacta em sua vida diária?
Apesar do direito ao voto feminino ter surgido na década de 1930 com o objetivo de inserir a sua representatividade nas decisões que regem a nação, a maioria dos ocupantes de cargos políticos continua sendo homens que têm pouco ou nenhum interesse em lutar pelas causas das mulheres, o que pode ser constatado por sua ínfima participação em comissões no Congresso que tratam desses assuntos.
Mesmo com a cota de 30% da verba que deve ser aplicada na candidatura feminina, nos deparamos com a dificuldade em engajar mulheres que realmente queiram participar da vida política, visto que algumas se candidatam como “laranjas” apenas para cumprir a legislação. Essa omissão perpetua as dificuldades femininas que permanecem sem solução. Para Renata Fiório, advogada e ex-vereadora de Cachoeiro de Itapemirim, isso acontece porque falta educação política.
“A gente precisa preparar essas mulheres para a vida partidária também, porque elas chegam só na véspera da eleição e não sabem o que fazer… Nós mulheres precisamos identificar as estratégias partidárias pra gente poder usufruir delas. Nós precisamos de mais formação não ideológica, mas de mecanismos partidários.”
Como as mulheres são as principais atingidas pelas normas que regem educação, saúde, segurança e transporte, atuando como usuárias, trabalhadoras e vítimas, o seu voto como eleitora ou como parlamentar é decisivo para a implementação de ações que melhorem esses processos.
Administrar as questões políticas da sociedade é o verdadeiro empoderamento feminino.