A Comunidade Quilombola de Córrego Sossego, no interior de Guaçuí, receberá equipamentos agrícolas, fruto do trabalho do deputado estadual Bruno Lamas, que cumpriu agenda de três dias na região Sul.
A Comunidade de Córrego do Sossego é recém-criada, e recebeu em maio de 2018 a certificação das terras pela Fundação Cultural Palmares, embora os moradores do quilombo capixaba sejam descentes de escravos que vivem há quatro gerações no local.
O deputado Bruno Lamas destaca que defende a valorização da cultura negra e que por isso lutou para dar o Título de Utilidade Pública à comunidade quilombola, e também colocou uma emenda de R$ 10 mil para custeio.
“Vamos dobrar o valor da emenda de R$ 10 mil para R$ 20 mil no próximo ano. E vamos conseguir um trator para a comunidade, o que é um sonho”, declarou Bruno Lamas, admirado com as manifestações culturais do local.
Afeto e fartura
Com lenço na cabeça, pano de prato no ombro, chinelo no pé, uma mesa farta de quitutes e um sorriso estampado no rosto, dona Maria Helena de Oliveira Barbosa, a dona Lena, recebeu o deputado com toda a felicidade.
Dona Lena é uma das filhas de Maria Aparecida de Oliveira, que tem 17 bisnetos e uma tataraneta. Com orgulho, ela comenta que lutou e mobilizou a sua família para o reconhecimento da comunidade quilombola onde viveram seus bisavós escravizados.
Hoje, ela passa horas no fogão cozinhando, empolgada para receber as visitas. Não é à toa que a cozinha é a porta de entrada da sua casa.
“Queremos ver crescer a nossa cultura, nossa comunidade. Não podemos deixar ela morrer! Deus possa nos conduzir. Obrigado, deputado Bruno Lamas, por estar olhando por nós, por nossas tradições”, declarou dona Lena, que tem quatro filhos e nove netos que vivem juntos e misturados no grande terreiro onde fica a sua casa. O local é ponto de referência na região, lugar onde são contadas muitas histórias, de gargalhadas e muita fartura.
Na mesa farta tinha broa, pãozinho de cebola, salgadinhos e o famoso café de melaço, adoçado com a cana-de-açúcar moída no engenho do próprio quintal.
Os quitutes são feitos com a matéria-prima plantada, colhida e preparada nas terras do quilombo: banana da terra, farinha de mandioca, fubá e melaço de cana. O quilombo virou circuito turístico da cidade de Guaçuí, com direito a danças folclóricas, fé e muita comilança.