O medo da pandemia do novo coronavírus afastou muitas pacientes dos consultórios médicos. Com isso, exames de rotina que ajudam a prevenir doenças como o câncer foram adiados ou deixaram de ser feitos.
A médica especialista em radioterapia Lorraine Juri alerta que o diagnóstico tardio de tumores foi um dos resultados constatados durante as consultas.
“Os exames preventivos permitem que tumores sejam descobertos antes mesmo de apresentarem algum sinal. Com isso, muitas mulheres só procuraram atendimento já com sintomas de doença avançada”, explicou a médica do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV).
Lorraine enumera os exames que toda mulher deve fazer anualmente como forma de prevenir tumores:
1) Papanicolau (preventivo) e colposcopia: indicado para a prevenção do câncer do colo do útero, detecta lesões que podem levar ao desenvolvimento de um tumor. O primeiro exame deve ser feito aos 25 anos para as mulheres que já tiveram atividade sexual, e devem continuar até os 64 anos. Após essa idade, podem ser interrompidos se a mulher tiver pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
2) Mamografia: o Ministério da Saúde recomenda que todas as mulheres entre 50 e 69 anos se submetam a exames de mamografia uma vez a cada dois anos. Para a faixa etária de 40 a 49 anos, é recomendado o exame clínico das mamas uma vez ao ano e, caso haja alguma alteração, a mamografia. O exame clínico anual é recomendado também para mulheres acima de 35 anos que pertençam a grupos de alto risco. Em algumas situações, o médico pode pedir complementação com ultrassonografia das mamas quando necessário.
3) Colonoscopia: é considerado um dos principais métodos de rastreamento do câncer de cólon e reto. A Sociedade Brasileira de Coloproctologia recomenda que o exame seja feito a partir dos 50 anos em pessoas sem histórico familiar de câncer colorretal. Aquelas que possuem fatores de risco devem incluir o teste na rotina após os 40 anos ou 10 anos antes da idade do caso mais precoce na família. Se as análises forem normais, devem ser repetidas a cada 5 ou 10 anos.
4) Ultrassonografia endo/transvaginal: auxilia na visualização das estruturas pélvicas da mulher. Detecta alterações no endométrio e ovários.
Os tumores femininos mais atendidos pela equipe multidisciplinar do IRV são os de mama e colo uterino.
“As chances de cura na radioterapia são sempre maiores quando o câncer é descoberto em fase inicial. Por isso, os exames preventivos são importantíssimos”, observa Lorraine Juri.
Risco da obesidade
De acordo com a médica, a obesidade é um fator de risco importante que as mulheres devem ficar atentas, pois é responsável pelo desenvolvimento de pelo menos 13 tipos de câncer, como esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo.
Pesquisas apontam que o excesso de gordura corporal provoca um estado de inflamação crônica e aumento nos níveis de determinados hormônios, que promovem o crescimento de células cancerígenas, aumentando as chances de desenvolvimento da doença.
“As escolhas alimentares são muito importantes. Uma dieta rica em alimentos in natura, em especial os de origem vegetal, ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, é capaz de prevenir o surgimento de tumores. É importante evitar alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas”, destacou Lorraine Juri.
Sobre o IRV
Fundado em 2005, o Instituto de Radioterapia Vitória (IRV) é a única clínica privada do Espírito Santo para o tratamento de câncer por meio deste serviço. Funciona nas dependências do Vitória Apart Hospital, na Serra, com tecnologia de ponta e equipe altamente qualificada que tem como filosofia de trabalho o acolhimento dos pacientes.
