O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (4) para definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006.
Analistas do mercado financeiro preveem que o índice será mantido, refletindo uma postura de cautela diante da desaceleração da inflação e de fatores externos que ainda influenciam a economia brasileira.
A taxa, que vem sendo mantida estável desde setembro, foi elevada sete vezes consecutivas entre 2024 e 2025 para conter a alta dos preços.
Apesar da recente trégua inflacionária, os custos de energia e pressões vindas do cenário internacional ainda pesam sobre as decisões do Banco Central.
De acordo com a ata da última reunião, o Copom avalia que os juros devem permanecer em nível elevado “por período prolongado”.
O documento também apontou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos e o comportamento da economia norte-americana têm exercido forte influência sobre os preços no Brasil.
Expectativa do mercado
O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostra que o mercado aposta na manutenção da Selic em 15% até o fim de 2025, com possibilidade de cortes apenas no início de 2026.
A incerteza maior está no momento exato em que o ciclo de redução começará.
Inflação sob observação
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,18% em outubro, acumulando 4,94% nos últimos 12 meses.
O resultado foi influenciado pela queda nos preços dos alimentos, que recuaram pelo quinto mês seguido. Já o IPCA cheio de outubro será divulgado no dia 11.
Segundo o Focus, a projeção de inflação para 2025 foi ajustada para 4,55%, ainda levemente acima do teto da meta de 4,5%, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Como funciona a Selic
A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação e serve de referência para todas as demais taxas de juros da economia.
Quando está alta, o crédito encarece, o consumo desacelera e a pressão sobre os preços diminui.
Por outro lado, juros elevados também reduzem o ritmo da atividade econômica.
As decisões do Copom são tomadas a cada 45 dias, após dois dias de reuniões técnicas e análises do cenário interno e externo.
A taxa definida serve como baliza para operações do Tesouro Nacional e para a política monetária do país.
Meta contínua de inflação
Desde janeiro de 2025, o Brasil adota o sistema de meta contínua de inflação, em que o objetivo de 3% ao ano é acompanhado mensalmente, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Isso significa que o IPCA pode variar entre 1,5% e 4,5% sem que o Banco Central precise justificar formalmente o descumprimento da meta.
No último Relatório de Política Monetária, o BC manteve a projeção de inflação em 4,8% para 2025.
Indicou, porém, que a previsão pode mudar conforme o comportamento do câmbio e dos preços internacionais. A nova atualização será publicada em dezembro.
Fonte: Agência Brasil
👉 Receba as notícias mais importantes do dia direto no seu WhatsApp!
Clique aqui para entrar no grupo agora mesmo
✅









