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Crônica sobre Neném Doido fica em terceiro lugar em concurso

Texto da jornalista Lenilce Pontini, que participou do 1º Concurso de Crônicas David Lóss, fala de personagem folclórico de Cachoeiro.
Lenilce Pontini é autora da crônica. Foto: Acervo pessoal

A jornalista e servidora pública Lenilce Pontini é conhecida por sua paixão pelo gênero crônica. Seus textos têm a peculiaridade de narrar fatos antigos ocorridos em Cachoeiro de Itapemirim, contribuindo com a história local. Seu mais recente trabalho, intitulado “Gente que ascende”, referência ao popular Neném Doido, personagem folclórico da Capital Secreta, conquistou o terceiro lugar no 1º Concurso de Crônicas David Lóss.

Além desse texto, Lenilce também participou com a crônica “Bom dia de respeito”, referência ao inimitável mestre Joel Pinto. Pelo resultado no concurso, Lenilce vai receber um prêmio no valor de R$ 200.

Confira a crônica

“Gente que ascende

Desde muito cedo, naquele sábado lá do início dos anos 1970, que a criançada das ruas Bororós e Araxá, no velho Aquidaban, estava em polvorosa. É que “Seo” Mauro Rocha, antigo servidor do INSS e o único da rua a possuir um carro, havia combinado de levá-la ao show de logo mais à noite, na praça, aonde o cantor Ronnie Von seria a atração principal. Faz tanto tempo, que não sei bem se era uma festa da cidade ou de aniversário das Lojas Dadalto, que à época promovia eventos assim. A emoção seria dupla: assistir ao show e dar uma volta de Variant até ao centro da cidade. Luxo para a criançada mais humilde do bairro naquele tempo.

O cantor, no show, era mais lindo que bom. Enfiava os dedos na franja longa e esta caía no rosto deixando qualquer um com inveja. Chegou um momento em que “A Praça” parou a multidão que ocupava a praça toda. Houve até uma pausa para reverenciar o cachoeirense Carlos Imperial, autor da já famosa canção que, para nosso orgulho, teria tido inspiração na própria Praça Jerônimo Monteiro.

Aquilo foi falado sob aplausos. Para os desavisados, ficava, ali, um aprendizado. Foi o meu caso.
Tudo estava bom até surgir um alvoroço de gente, de polícia. Abrindo um clarão, deu para entender o motivo da confusão. Havia um jovem de cabeça raspada, com pés acorrentados e, por isso, passos curtinhos, porém ligeiros, sendo retirado à força do local, como se ameaçasse a alguém. Parecia injusto. Mas, da polícia, havia a intenção da ordem e segurança local. É mais provável que fora, mesmo, muita maldade com o pobre rapaz, que só estava tão alegre como todos nós, e queria chegar mais perto do ídolo.

O tempo, de tão bom, nos deu resposta para aquilo. O tal rapaz que causara alvoroço acabou ganhando a cidade. Em uma vertente mais popular virou até personagem fixa dos coletivos, sempre sentado naquela cadeira ímpar ao lado do motorista. Do Amarelo ao centro, ganhava o Aeroporto, noutras vezes a União, ou qualquer lado que quisesse. Sempre, sem ser peso para ninguém.

E esse mesmo tempo lhe permitiu conquistar trânsito livre nas festas da cidade, até o dia que fora elevado a Comendador, no grau Cavaleiro, recebendo aplausos demorados de uma plateia que se colocou de pé.

Da criançada de outrora, das ruas Bororós e Araxá, tenho certeza de pelo menos uma criança estar presente naquela solenidade, como testemunha ocular da sua ascensão. E bem que ele, o Hermogênio Lucas Filho, merecia, naquela noite comemorativa, receber um abraço do Ronnie Von que, com o tempo, nos provou ser mais cavalheiro que um bom cantor ou um rosto bonito, além de ter imortalizado nossa praça maior. Quem sabe tenha ficado no Cavaleiro, até hoje, o desejo de chegar mais perto do Príncipe? Seria mais um prêmio.

“- É pra lá? É pra lá?”

“- Sim, Neném, é para onde você quiser!”.

E, doidos, somos nós.”

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