Em um discurso de despedida do cargo, o presidente Jair Bolsonaro fez, na manhã desta sexta-feira (30), de Brasília, sua última live como líder máximo da nação. Em um dos trechos, ele afirmou: “Dei meu sangue pelo Brasil”.

Em uma transmissão de 52 minutos, Bolsonaro fez um balanço de sua gestão, voltou a criticar a imprensa, lamentou algumas medidas econômicas anunciadas pelo futuro governo e explicou seu silêncio nestes dois meses após eleição. Ele tem recebido críticas, inclusive dentro de seu grupo, por não ter se posicionado publicamente.

“Essa massa (de pessoas), atrás de segurança, foi para a frente dos quartéis. Eu não participei desses movimentos. Me recolhi. Acreditava e acredito ainda que fiz a coisa certa, de não falar sobre o assunto para não atrapalhar. A imprensa, ávida para pegar uma palavra minha, uma frase fora de contexto…”, explicou.

Bolsonaro defendeu o movimento nas ruas. “Foi uma manifestação do povo. Não tinha uma liderança, ninguém coordenando. Foi um protesto pacífico, ordeiro”, afirmou.

Por fim, Bolsonaro pediu calma aos seus apoiadores. “Não vamos achar que o mundo vai acabar no dia 1º de janeiro. Não tem tudo ou nada. Vamos mostrar que somos diferentes”, disse.

O presidente deu a entender ainda que ao longo destes dois meses buscou alternativa para o resultado das eleições, sem explicar quais, porém, não conseguiu apoio.

“É um momento de reflexão. Triste para algumas pessoas. Alguns estão vibrando. Tem gente chateada (dizendo) que eu poderia ter feito alguma coisa, qualquer coisa. Mesmo para conseguir alguma coisa, dentro das quatro linhas, tem que ter apoio”, explicou.

Em outra parte, ele voltou ao assunto: “Não posso fazer algo que não seja bem feito, que os efeitos colaterais não sejam danosos demais”.

Ao final da live, Bolsonaro se emocionou ao falar sobre sua situação atual. “Se você está chateado, constrangido, se coloque no meu lugar. Quantas vezes perguntei: onde errei, o que podia ter feito de melhor?”.

Ele complementou, dizendo: “Dei minha vida por essa pátria. Fiz tudo pelo Brasil. Tenho consciência disso”.