Detentas da Penitenciária Regional Feminina de Cachoeiro começaram a trabalhar na Fazenda da Santa Casa de Misericórdia do município. Durante os próximos 12 meses, elas estarão envolvidas nas atividades que fornecem alimentos como hortifrutigranjeiros, ovos e carne, que serão preparados para as refeições de pacientes e funcionários do hospital.
Cinco internas foram incluídas na iniciativa, que faz parte do projeto “Cuidar de Vidas”, desenvolvido pela instituição de saúde para a ressocialização e a inclusão no mercado de trabalho.
Um encontro promovido na última segunda-feira (19) marcou a abertura oficial do projeto. O evento contou com a presença do superintendente da Santa Casa, padre Evaldo Ferreira, e da diretora do presídio, Leida Maria Ayres, além de representantes da pastoral Carcerária, Cáritas Diocesana e Sicoob Credirochas.
Salário
Cada detenta vai receber um salário mínimo por mês, sendo que 50% são destinados para a família e o restante, para uma poupança que poderá ser sacada quando a pena for cumprida.
Além disso, a cada 15 dias suas famílias vão ganhar uma cesta básica dos produtos da horta da fazenda. As despesas com o salário serão arcadas por meio de uma parceria entre a Santa Casa e o Sicoob Credirochas.
Padre Evaldo Ferreira frisou a importância do envolvimento da sociedade nesse esforço de ressocialização: “Essas detentas vão ter uma oportunidade de trabalhar, gerar renda, e ainda contribuir com sua mão de obra para produzir os alimentos para o hospital e também o lar dos idosos. E esse projeto não seria possível sem o apoio dos empresários do nosso município”.
Na avaliação do presidente do Sicoob Credirochas, Talles Machado, o projeto está muito bem estruturado, indicando que será muito bem-sucedido.
“É um projeto bonito e com um objetivo muito positivo. Mexe com o coração da gente a oportunidade que as detentas estão recebendo. Vimos a alegria no rosto delas. É um projeto tem muita dedicação, estudo e planejamento. Vai trazer muitos pontos positivos. Estamos muito satisfeitos de poder contribuir.”
Capacitação
O administrador da Fazenda, Sergio Mariano, informou que a expectativa é que a propriedade gere uma economia de R$ 1 milhão por ano para o hospital. Ele reforçou ainda importância da capacitação dessas mulheres.
“O fator primordial é fazer com que elas possam sair daqui com a garantia de que podem trabalhar em diversas áreas com apicultura, horticultura, avicultura e piscicultura”, declarou.
Além da oportunidade de trabalho, as internas terão acompanhamento psicopedagógico, técnico, jurídico, médico, social e espiritual, feito por agentes voluntários capacitados nestas respectivas áreas de atuação.
Ao fim do processo, cada trabalhadora receberá um certificado emitido pela Secretaria de Ensino e Pesquisa da Santa Casa, constando as horas de serviço em cada modalidade.