A Diocese de Cachoeiro de Itapemirim deu início, na segunda-feira (8), à Semana Diocesana de Direitos Humanos, que segue até o dia 14 de dezembro com ações promovidas por paróquias, movimentos sociais e entidades civis.
O evento tem como eixo central o combate às violações de direitos, e nesse momento, especialmente a violência contra a mulher.
O tema que ganhou ainda mais força após a carta publicada por Dom Luiz Fernando Lisboa, bispo diocesano que foi missionário em Moçambique, cuja trajetória reforça seu olhar sensível para as mazelas sociais.
A carta, dirigida especialmente aos homens, repercutiu em toda a região. Nela, Dom Luiz alerta para a escalada da violência contra mulheres no Espírito Santo e no Brasil
E convoca os homens a assumirem responsabilidade ética e espiritual na proteção da vida feminina, destacando que a violência doméstica “não é um problema só das vítimas, mas de toda a sociedade”.
A gravidade do tema é sustentada pelos números: em 2025, o Espírito Santo já registrou 23.617 casos de violência contra a mulher.
Somente em Cachoeiro foram 1.357 vítimas. Há ainda 32 feminicídios e 80 tentativas no estado, muitos dentro de casa e praticados por parceiros ou familiares.
Para a advogada Valéria Martins Hoinhas, da Comissão Diocesana de Justiça e Paz, os índices refletem uma cultura que naturaliza o machismo.
“Os números são frutos de comportamento e educação. A violência começa no controle emocional, na manipulação, e vai crescendo.”
Ela reforça que a carta de Dom Luiz é um chamado urgente: “Os homens precisam de ajuda para romper ciclos de violência. É um alerta para todos nós e para o poder público”.
Destaque da semana: Marcha Mulheres Vivas

Dentro da programação, a Diocese dá ênfase à Marcha pela Vida das Mulheres, marcada para quinta-feira (11), às 16h, no Centro de Cachoeiro, com concentração na Praça Jerônimo Monteiro.
O ato integra o movimento nacional Mulheres Vivas, que busca pressionar por políticas públicas mais eficazes e garantir acolhimento digno às vítimas.
Segundo Valéria, a manifestação tem forte simbolismo. “Mulheres vivas defendendo a vida de outras mulheres. Estar nas ruas é dizer: eu me comprometo com a vida da minha irmã”.
Mobilização segue até dia 14
A Semana Diocesana de Direitos Humanos continua até domingo (14), com atividades nas paróquias, momentos de formação, ações de solidariedade e debates públicos.
A Diocese reforça que a defesa da vida e dos direitos humanos exige união entre Igreja, sociedade civil e poder público, e que o chamado do bispo ecoa como convite firme à transformação.
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