Um episódio envolvendo o despejo de esgoto no Rio Itapemirim, em Cachoeiro de Itapemirim, descoberto na última sexta-feira (22), gerou diferentes versões sobre sua causa e responsabilidade.
A BRK Ambiental, concessionária de água e esgoto da cidade, afirma que a situação ocorreu em função de obras complexas nos interceptores do sistema de esgoto, nas proximidades da ETE Coronel Borges.
Segundo a empresa, máquinas, equipamentos e uma força-tarefa foram mobilizados, e o sistema já opera normalmente.
A BRK reforça que as intervenções fazem parte de um programa de manutenção preventiva, com monitoramento do curso d’água e licenças ambientais vigentes, e que, até o momento, não recebeu notificações oficiais.
Em contrapartida, a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cachoeiro (Agersa) aponta que a concessionária foi autuada após o lançamento de esgoto sem tratamento no rio, em ação realizada em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
A agência considera o episódio muito grave, atribuindo-o a falhas na execução da manutenção, que teriam provocado o despejo de todo o esgoto da cidade no rio durante quatro dias.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) divulgou que foi acionado na sexta-feira (22) para investigar o incidente.
Durante a vistoria, a equipe identificou vazamentos em dois pontos distintos de uma área de bombeamento às margens do rio.
Segundo o instituto, a atividade está sob a competência do licenciamento ambiental do município e todas as informações coletadas serão encaminhadas à administração municipal para adoção das providências cabíveis.
“O Iema reforça a importância da atuação integrada entre os órgãos ambientais estaduais e municipais para garantir o controle efetivo e a fiscalização de empreendimentos que possam impactar os recursos naturais e a saúde da população”, afirma Gilberto Sipioni, diretor-presidente em exercício do Iema.
Segundo a Agersa, a BRK não possui plano de contingência, o que agravou os impactos, e o caso já foi encaminhado ao Ministério Público e a outros órgãos ambientais.
A agência alerta ainda que o esgoto da margem sul da cidade continua sendo despejado sem tratamento, e não há previsão de conclusão da obra.
O episódio evidencia a disputa de narrativas entre a concessionária e a agência reguladora, com divergências sobre responsabilidades, medidas adotadas e impactos ambientais.
Enquanto a BRK ressalta a legalidade das obras e a manutenção do sistema, a Agersa enfatiza a gravidade da situação e os riscos decorrentes da ausência de um plano de contingência.
Segundo o Iema, o órgão continua atuando para monitorar os impactos ambientais e orientar medidas corretivas.
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