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Do luto à ação: o Brasil precisa combater o crime com justiça, inclusão e coragem

Isa Colli é jornalista e escritora e lançou recentemente o livro "Alice, amor, perda e renascimento", que reflete a tragédia recente no Alemão e Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Ainda ecoam as vozes e o luto pelos jovens mortos nas comunidades do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.

Chamar o que aconteceu de “operação policial” é minimizar uma tragédia.

E esse fato expõe, mais uma vez, o quanto o país se acostumou a ver seus filhos negros e pobres tombarem sob o pretexto da segurança pública.

Foram mais de 120 vidas interrompidas, vidas que poderiam sonhar com um futuro diferente se houvesse oportunidades reais que levassem dignidade às comunidades país afora.

E não se trata de defender bandidos, como ecoa por aí. Mas não há justificativa possível para o massacre. O combate ao crime é necessário, urgente e inadiável.

Mas ele precisa vir acompanhado de ações eficazes e humanas, que respeitem direitos e promovam cidadania.

Segurança pública não se faz com sangue, mas com políticas que transformem territórios vulneráveis em espaços de vida, cultura, educação e trabalho.

É urgente romper o ciclo que reduz o enfrentamento ao tráfico a uma guerra nas comunidades.

Porque o tráfico não está apenas no alto do morro, ele circula nos salões, nas campanhas políticas, nas apostas on-line, nas fintechs e nos postos de combustíveis usados para lavar o dinheiro do crime organizado.

Enquanto o Estado mirar apenas para baixo, os verdadeiros financiadores do tráfico continuarão intocados, multiplicando fortunas sobre o sofrimento de quem nasceu com menos.

Sufocar o tráfico é também sufocar seus patrocinadores. É seguir o rastro do dinheiro, desmontar as redes de lavagem e cortar o fluxo financeiro que mantém o crime armado.

Sem isso, qualquer operação policial será apenas mais um capítulo de uma guerra sem fim.

O Brasil precisa de coragem política e compromisso ético para mudar essa lógica.

A polícia deve agir com inteligência e preparo, mas sua força precisa ser seguida de políticas públicas que garantam o que hoje falta.

Infelizmente faltam escola de qualidade, cultura, esporte, saúde, moradia e trabalho. É nesses pilares que se constrói a verdadeira segurança.

Não são as comunidades as inimigas. A inimiga é a desigualdade, é a omissão, é o lucro que nasce do crime e da indiferença.

Combater o tráfico é proteger a vida, todas as vidas, e fazer com que o Estado deixe de ser presença apenas na bala, para ser também presença na esperança.

Enquanto o país continuar escolhendo quem pode viver, jamais haverá paz. É hora de o Brasil reagir com sensibilidade, com força e com justiça.

Isa Colli é escritora e jornalista ítalo-brasileira radicada na Bélgica e nascida em Presidente Kennedy. É formada em Jornalismo e Pedagogia, e pós-graduada em Educação e Relações Humanas.

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