Por amor à história da ferrovia, e pela preservação de sua memória, o vendedor Raphael P. Santuchi, 41 anos, morador do bairro Vila Rica e neto de ferroviário, faz um trabalho para manter os trilhos da Estação de Soturno até a Parada de Salgadinho. “Nossa ideia é chegar até Cobiça, mas ainda temos muito trabalho pela frente”, destaca.
Segundo Raphael, ele ainda se lembra da infância, quando via passar uma composição do trem pelo Bairro Ilha da Luz. “Nosso objetivo é tornar acessível alguns pontos, para que as pessoas possam conhecer e valorizar nossa história”, frisa.
Quando faz isso, o vendedor ressalta que pretende também promover o turismo local. “Entendemos que tendo movimento inibe até mesmo os furtos de trilhos, como já aconteceu em várias cidades, ondem todos foram levados pelos ladrões”.
Segundo o homem, o trabalho é feito por um grupo de amigos, e além da mão de obra, eles gastam com deslocamento e manutenção das ferramentas.
Apesar disso, ainda há quem critique o trabalho, por não entender a sua importância na preservação da memória ferroviária na região, conta Raphael.
“Somos pressionados por uma minoria pelas redes sociais dizendo que é perda de tempo. Que o trem não vai voltar, que o mato cresce, e os furtos de trilhos continuam. Mas a grande maioria nos apoia, querem ver o local acessível, bonito, aplaudem nossos esforços, acham importante salvar nossa história”, relata.
Raphael Santuchi diz que outros apaixonados pela história e pela preservação podem se juntar a ele e aos amigos nesse trabalho. Seja com a doação de mão de obra ou de ferramentas e insumos utilizados no serviço de poda e capina.
Confira algumas matérias sobre roubo de trilhos:
https://diaadiaes.com.br/paulo-thiengo-a-voz-que-clama-no-deserto-em-defesa-das-ferrovias/
https://diaadiaes.com.br/roubo-de-trilhos-vli-diz-que-monitora-ferrovias-de-forma-permanente/