Diante da chegada das férias escolares, especialistas alertam para a importância de evitar os acidentes comuns nesta época de lazer, brincadeiras e descanso.
Destacam que no ambiente doméstico, os responsáveis precisam cuidar de situações como queimaduras, envenenamento, afogamento, quedas, cortes, sufocação e choque elétrico.
Os acidentes mais comuns nas emergências são pequenos ferimentos e contusões, segundo o ortopedista pediátrico, Wilson Lino Junior, coordenador da ortopedia Pediátrica do Hospital infantil Sabará de São Paulo.
O ortopedista destaca que as crianças estão sempre em movimento e procurando aventuras e interação com seus semelhantes, e que deve-se pensar em alguns fatores que podem justificar a maior quantidade de traumas e acidentes.
“A coordenação das crianças está em constante desenvolvimento, a marcha normal só se assemelha a de um adulto aos 6 anos de idade, mudanças corporais ocorrem até a fase final de crescimento, próximo dos 16 anos de idade”, explica.
Segundo o médico, a criança cresce muito ao longo de pouco tempo e a relação com o mundo que a envolve muda constantemente.
“Imagine que uma mesa tem a altura padrão de 80cm, uma criança aos 2 anos de idade pode passar por baixo da mesa sem necessitar abaixar e, em menos de um ano, precisa recalibrar seus parâmetros, pois se não abaixar irá bater a cabeça, um dos traumas mais comuns vistos nas emergências.”
Após o acidente, a orientação é observar a criança. “Desmaios e vômitos são sinais de alerta com traumas de cabeça. Deformidades, dor intensa nos membros são sinais de fratura. Ferimentos cortantes com sangramento abundante também devem levar ao pronto-socorro”, enumera o médico.
“No caso de trauma nos membros, recomenda-se imobilização provisória, nos ferimentos sangrantes deve-se envolver com toalha ou pano limpo e não fazer garrotes e torniquetes. Nunca colocar substâncias como café, óleo, pasta de dente e outros produtos de crendices que podem contaminar os ferimentos, causar infecções graves e dificultar o tratamento”, alerta o ortopedista.
Segundo Lino Junior, os acidentes mais frequentes costumam ocorrer dentro de casa, onde os pais, em geral, estão mais tranquilos por considerar um ambiente seguro.
Engasgos
Além dos acidentes, há ainda outras situações inesperadas, entre elas, o engasgo, que costuma ocorrer com as crianças menores de 5 anos, de acordo com a otorrinolaringologista Saramira Bohadana, responsável pela área Aerodigestivo do Hospital infantil Sabará de São Paulo.
A médica frisa que a criança na fase oral, normalmente, põe tudo na boca. Se o objeto for pequeno, a criança tem risco de aspirar ou de deglutir.
Ela destaca que os objetos que representam mais risco para a criança são as baterias. Então os pais devem tomar muito cuidado para que não tenha em casa brinquedos com baterias pequenas, porque as baterias que não são alcalinas, em contato com a mucosa tanto nasal quanto a mucosa digestiva, corroem a mucosa.
“Elas provocam perfuração e destruição do tecido e isso é extremamente grave, a criança deve ser atendida o mais rápido possível”, alerta a médica.
A médica reforça que não se deve esperar para ver se o objeto sai nas fezes, e que a família da criança deve sempre procurar o pronto-socorro mais próximo.
“Quando perceber que a criança se engasgou ou teve algum acidente com o corpo estranho, a família nunca esperar para ver o que vai acontecer ou se vai eliminar nas fezes”, ressalta.
Pipoca e amendoim
Pipoca e amendoim são outros produtos que representam riscos de engasgo para as crianças e a orientação da profissional é evitar a exposição do amendoim e da pipoca para criança de 2 a 4 anos.
“Nessa idade o risco de engasgo é maior. Também tirar brinquedos pequenos como legos e brinquedo com bateria nem pensar. Então é tirar todo tipo de objetos que a criança pode pôr na boca e eventualmente aspirar”.
SAIBA MAIS
Para diminuir a chance de acidentes dentro de casa:
– Coloque protetores que evitem o fechamento repentino de portas – situação que pode causar acidentes graves, como amputação de pontas de dedos das crianças;
– Televisões e objetos mais pesados devem ser fixos, para evitar a queda;
– Deixar os brinquedos ao alcance da criança. Remédios e produtos de limpeza devem ficar sempre longe do alcance dos pequenos;
– Explicar e mostrar os riscos de um fogão ou forno enquanto estiver cozinhando;
– Piscinas: as crianças devem estar sempre na companhia de um adulto e utilizar equipamentos de segurança, como bóias;
– Panelas e fogão: os cabos das panelas devem estar voltados para dentro do fogão, para evitar que a criança puxe o cabo e se queime ou derrame água quente. Permanecer com o fogão desligado sempre que possível;
– Energia elétrica: Evitar o uso de eletrônicos, como celular, enquanto o aparelho carrega, para evitar descargas elétricas e explosões;
Fonte: Agência Brasil