O Espírito Santo deve receber R$ 65,8 bilhões em investimentos públicos e privados nos próximos cinco anos. O montante está distribuído em 981 projetos, abrangendo todos os 78 municípios capixabas.
Os municípios do litoral Sul do Estado ocupam a segunda posição no ranking de investimentos e os da central Sul a quinta posição. A informação é do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) que divulgou, nesta terça-feira (24), a Carteira de Investimentos Anunciados e Concluídos 2022-2027.
O valor total de investimentos representa acréscimo de 31,5% em relação ao período anterior. O estudo leva em conta empreendimentos com valor individual acima de R$ 1 milhão.
O aumento em relação ao número de projetos da carteira anterior chegou a 36,8%. Do total, R$ 40,6 bilhões já estão em execução e o restante, R$ 25,2 bilhões, encontra-se em estágio de oportunidade.
“O Espírito Santo está de portas abertas para bons projetos, para bons investidores. O Governo do Estado, as instituições, o poder público, têm o compromisso de criar um ambiente favorável que estimule os empreendedores, favorecendo a criação de novos negócios, oportunidades e de empregos e renda para o trabalhador. Investimentos públicos e privados pautam o crescimento econômico do Estado. Registramos conquistas importantes, como a Nota A pelo 12º ano consecutivo na avaliação do Tesouro Nacional e o recorde na geração de empregos no primeiro semestre. Nosso Estado tem competitividade e o Governo o compromisso contínuo com o desenvolvimento em todas as regiões”, destacou o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.
Entre os setores da economia, a Indústria se destaca com 91,8% do volume de investimentos anunciados, com cerca de R$ 60 bilhões. Os segmentos que mais devem receber investimentos são Indústria da construção, com R$ 32,6 bilhões, seguido pela Indústria extrativa (R$ 18 bilhões), Indústria de transformação (R$ 9 bilhões) e da Eletricidade e gás (R$ 700 milhões). O grande setor Comércio, serviços e administração pública representou 8,2% do total projetado.
O secretário de Estado de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc, destacou a alta capacidade de investimento do Governo do Estado. “Realizamos no período 2019-2022 o maior investimento da história do Espírito Santo. Foram cerca de R$ 8 bilhões investidos no período. A criação do Fundo de Infraestrutura, reservando recursos específicos para este fim, foi uma das medidas acertadas do governador Renato Casagrande e que possibilitaram que o Estado ultrapassasse o difícil período da pandemia — especialmente os anos de 2020 e 2021 —, mantendo o alto nível de investimentos”, salientou.
Duboc completou: “paralelamente aos investimentos públicos, o Espírito Santo também é destaque na atração de investimentos privados, com plantas industriais e centros de distribuição do setor atacadistas sendo instalados e ampliados no território capixaba ano após ano, o que reflete a ampla competitividade do Estado no cenário nacional e é fruto de um ambiente econômico equilibrado e de uma gestão marcada pela solidez fiscal.”
Desenvolvimento Regional
Em relação à distribuição regional, o levantamento mostra que os municípios com o maior número de projetos são aqueles localizados nas regiões litorâneas do Estado, como é o caso das microrregiões Metropolitana (338 projetos), Nordeste (112 projetos), Rio Doce (110 projetos) e Litoral Sul (65 projetos). Juntas, essas microrregiões somam 625 projetos e representam 91,8% do total dos investimentos anunciados para o Estado (R$ 60,4 bilhões).
“Hoje, a carteira de investimentos do Espírito Santo tem uma distribuição regional mais equilibrada que há alguns anos, com projetos presentes nas dez microrregiões do Estado. Essa diversificação é fruto das ações do Governo do Estado, em parceria com setor produtivo, as federações e municípios. É uma excelente notícia que mostra que estamos conseguindo registrar crescimento econômico, com geração de emprego e renda. Isso se traduz em melhor qualidade de vida, oportunidades e prosperidade para os capixabas. Podemos dizer que o Espírito Santo é uma terra de oportunidades”, destacou o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira.
Origem do capital
O levantamento realizado pelo IJSN indica ainda a origem do capital empregado nos investimentos anunciados para o Estado. O estudo classifica os valores em quatro categorias: Privado Nacional, Público, Capital Misto e Estrangeiro.
Os projetos de capital Privado Nacional correspondem a maior parcela dos investimentos, com 65,9% do valor previsto no período (R$ 43,3 bilhões). Destaques para empreendimentos nos setores como transporte rodoviário e ferroviário, construção civil para fins residenciais e comerciais, terminais portuários, centros logísticos, geração e transmissão de energia elétrica, siderurgia e metalurgia, e saneamento básico. Ao todo, são 187 projetos privados previstos no Estado.
Os investimentos Públicos representam 23,5% do total previsto para o período 2022-2027, somando, aproximadamente, R$ 15,4 bilhões em 775 obras dos governos municipal, estadual e federal. Entre os destaques estão projetos ligados à mobilidade rodoviária, melhorias na mobilidade urbana, estradas rurais, melhorias no sistema de abastecimento e saneamento urbano, além de obras de macrodrenagem, construção de unidades habitacionais, saúde, infraestrutura logística, educação, segurança pública, cultura e lazer.
“É importante destacar o aumento da participação dos investimentos públicos no Espírito Santo, de 18,2% na carteira anterior para 23,5% do total de investimentos previstos atualmente, principalmente nos municípios do interior, em linha com o projeto Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), levando o desenvolvimento a todas as microrregiões e municípios capixabas”, explicou o diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Antonio da Rocha.
Os investimentos de Capital Misto representam 8,6% do total, somando cerca de R$ 5,6 bilhões. São projetos nas áreas de exploração e produção e distribuição de petróleo e gás natural. Os investimentos com Capital Estrangeiro, que representam 2,1%, somam cerca de R$ 1,4 bilhão. Nessa categoria, estão previstos, entre outros, projetos voltados à exploração e produção de petróleo e gás natural tanto em terra quanto no mar.