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Estação Ferroviária de Cachoeiro: 120 anos

Paulo-Thiengo-29-09
Paulo Henrique Thiengo

Há quase 7 anos não me dedico mais à cultura, paradoxalmente, depois que uma secretária de cultura do município me mostrou que era pura utopia o que eu defendia (cultura física, como museus e patrimônio histórico). Desperdicei cerca de 30 anos de minha vida em algo que não tem a menor demanda por aqui.

Por conta disso, o conhecimento e o material que reuni (poderíamos ter aqui o melhor museu do país!) são puro lixo, mas guardarei para sempre o carinho da classe ferroviária, pessoas de grande valor com as quais tive a honra de conviver nestas três décadas.

Por isso, gostaria de usar o simbolismo da data de hoje para falar sobre o que nosso desenvolvimento econômico tem a ver com a ferrovia e como ela é a chave para o nosso futuro. Infelizmente, por conta de mais de 50 anos de campanha contra os trilhos, pouquíssimas pessoas conseguem enxergar fora da caixa nesta questão.

Se, lá nos idos de 1898, capitalistas ingleses compraram ações de uma empresa que abria ferrovias no interior de um país do outro lado do mundo, era porque havia a garantia de RETORNO ao capital empregado. No início ou para a implantação, havia garantia de juros sobre o capital, até certo valor por km, pelos governos federal ou estaduais, mas depois era por conta da empresa. Ao contrário de hoje, onde os governos constroem as estradas e as empresas de transporte apenas rodam nela (o pedágio não paga a construção, mas a manutenção), a Leopoldina, por exemplo, tinha de fazer a locação (havia uma rampa máxima para o trem subir, normalmente 2,5%), derrubar a mata, abrir a rocha (túneis ou paredões), construir a ferrovia e fazer sua manutenção.

Para JUSTIFICAR tudo isso, a região percorrida deveria ter uma economia pujante, com a produção de bens com um bom valor agregado (ninguém iria pagar um frete maior que o valor do produto em si) e em boa quantidade, pois, caso contrário, poderia ser transportado em canoas ou lombos de burros.

E Cachoeiro era a região mais desenvolvida do Estado na segunda metade do século XIX e início do seguinte. O porto de Barra do Itapemirim (sim, havia um porto lá!) era o mais movimentado do Estado e Cachoeiro (englobando os hoje territórios de Castelo, Jerônimo Monteiro e outros) respondia por um terço da arrecadação estadual. Vitória, até os anos 40 do século passado, tinha a METADE da população de Cachoeiro. No início dos anos 70, inclusive, NINGUÉM aqui percebeu a tragédia que foi a erradicação do ramal entre Cachoeiro e Espera Feliz, pois poderíamos antecipar aqui o corredor implantado logo depois na EFVM, ligando o Centro Oeste com um novo porto em Barra ou próximo, reativando a Estrada de Ferro Itapemirim, que fazia a ligação de Cachoeiro até ele!

Foto: Alessandro de Paula

Nos dias atuais, segundo informações talvez já defasadas, Cachoeiro tem a segunda PIOR arrecadação per capta dentre todos os municípios, só perdendo para Cariacica. E este, colado à capital e demais da região da Grande Vitória, nos mostra outra infeliz (dentre INÚMERAS) falta de visão de nossos governantes, representantes e formadores de opinião aqui do sul: Acendem velas para o defunto errado ao tecer rasgados elogios à tal “nova” ferrovia litorânea (tenho os projetos de 1965 e de 1974), que EM NADA nos servirá. Ao contrário: Será a pá de cal sobre nossa já combalida economia. Já fiz diversos manifestos sobre isso e, inclusive, enviei a todos os vereadores de Cachoeiro, desde o primeiro, em 1993, coisa que me arrependo à morte, pois foi pura perda de tempo e desperdício de dinheiro com as 20 cópias (uma para arquivo). Desde então, inúmeras soluções que apresentei – todas ignoradas – teriam evitado sérios problemas que hoje enfrentamos, como a logística urbana, creio que a pior do Estado. Gastamos mais de uma hora para atravessar a cidade!

A falta de visão de nossos líderes e representantes é tal que sequer atentaram para o fato de a “nova” ferrovia ser anunciada como a ‘construção de uma ligação ferroviária entre ES e RJ’!!! Essa ligação JÁ EXISTE e completa CENTO E VINTE ANOS HOJE!!!! E, inclusive, está abandonada desde 2018!

Mas, qual seria, afinal, a importância da manutenção da atual, MESMO que a “nova” seja construída? Dada a crônica falta de visão e planejamento da coisa pública por aqui, vou tentar ser o mais didático possível: A EF 118 foi planejada para ser uma ferrovia ‘distribuidora’, fazendo a ligação da EFVM, dos portos de Vitória, Central (Kennedy), Açu (Campos) e Rio de Janeiro à EF 354, originalmente prevista para ligar o litoral fluminense, em Campos, à divisa com o Peru, no Acre, de onde iria até o OCEÂNO PACÍFICO!!!!

Com o Porto Central, que será o maior do país, haverá uma retroárea INDUSTRIAL, que atrairá TODO TIPO de indústrias petroquímicas, de prestação de serviços e METAL MECÂNICAS (todas as de Cachoeiro irão para lá, com Kennedy dando o terreno com luz e água e a vaselina). Cachoeiro será uma reles cidade dormitório, como o é Cariacica, com trocentos ônibus indo pra lá pela manhã e voltando à noite, com todos os trabalhadores portando sacolas de compras feitas LÁ. Aqui, usarão escolas, postos de saúde e afins.

Foto: PMCI

A ÚNICA saída é, justamente, mantendo-se a ANTIGA, com ligações à nova em Viana, Cobiça e Ururaí (Campos). No manifesto explico detalhadamente, mas, em síntese, ela permitiria a implantação de indústrias TAMBÉM aqui em nosso e em outros municípios. Em São Joaquim, localidade situada AO LADO da ferrovia, que passa em Morro Grande, poderia ser implantado um distrito industrial para atrair estas empresas, competindo com Kennedy. Teriam o MESMO benefício da ligação ferroviária, podendo importar ou exportar para todo o país ou portos, de e para o exterior. Além disso, VOLTANDO-SE os trilhos de Duas Barras até São João da Mata (Pacotuba), o local, plano e ao lado do rio e de uma rodovia, poderia abrigar um Porto Seco, com alfândega. Assim, todo o leste de MG poderia exportar ou importar DIRETAMENTE por ele. Se concluída a EF 354, isto significa que um contêiner despachado de e para a China pode vir por ferrovia até aqui ou, o mesmo, se chegar em QUALQUER dos portos citados.

Sempre me coloquei à disposição para um debate SÉRIO sobre este tema. E, embora já tenha perdido as esperanças, com a crônica falta de visão de nossas autoridades e representantes (as obras no Guandu mais que mostraram isso), AINDA participaria de um, se for convidado, DESDE QUE não seja por um vereador e/ou na Câmara de Cachoeiro, por ser perda de tempo, mas, de preferência, num ponto central para a região, como o auditório anexo ao Posto Café, na BR 262, e num DOMINGO, para facilitar a presença de quem trabalha, como eu.

Obrigado por ter lido até aqui. Segue meu e-mail, para contato: [email protected]

Paulo Henrique Thiengo. dedica parte de sua vida ao estudo e preservação da história da ferrovia
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