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Roberto participou da inauguração da Apac, em Cachoeiro. Foto: Alessandro de Paula

Ex-assaltante muda de vida e viaja por 12 países contando sua história

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Alessandro Araujo de Paula

Condenado a 25 anos de prisão por assalto, o gerente de metodologia da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac), Roberto Donizete de Carvalho, conta como deu a volta por cima, largou a criminalidade e já viajou por 12 países falando de sua experiência.

Beto, como é mais conhecido, esteve em Cachoeiro na sexta-feira (6) para a inauguração do centro de recuperação da Associação de Assistência aos Condenados (Apac), unidade que deverá atender a até 120 presos.

Ele lembra que cumpriu 14 anos de pena, sendo sete em uma prisão convencional e sete numa unidade da Apac. “Enquanto estava preso no sistema convencional não achava que teria futuro. Na Apac tive um encontro comigo mesmo e com a verdade e mudei de vida”, disse.

A Fbac é uma associação civil sem fins lucrativos que tem a função de reunir as Apacs em todo o país, treinando funcionários, voluntários e recuperandos (como são chamados os internos) e fiscalizando o cumprimento da aplicação da metodologia.

Dia a Dia – Conte um pouco de sua história. Você chegou a ficar preso?

Roberto Donizete de Carvalho – Fui condenado a 25 anos de prisão. Cumpri 14 anos, sete no sistema comum e sete na Apac. Lá fiz um tratamento de valorização humana e realmente tive um encontro comigo e com a verdade e mudei de vida, graças a Deus. Me profissionalizei. Eu saí em 2004. Então tem 16 anos que estou em liberdade.

Como entrou na Fbac?

Depois que cumpri minha pena, o diretor na época me convidou para trabalhar. Comecei como funcionário, trabalhava na área jurídica. Depois passei para gerente da Apac em Itaúna-MG. Tomei conta da disciplina e segurança de quase 180 homens e mais adiante fui convidado para trabalhar na Fbac, onde estou há 11 anos.

Você foi condenado por quais crimes?

Fui condenado em dois assaltos. Um por latrocínio – assalto seguido de morte – que me rendeu 20 anos de cadeia e um assalto no (artigo do Código Penal) 157, que me rendeu  cinco anos e quatro meses. Fiquei sete anos no sistema comum no estado de São Paulo.

Presenciou muita coisa lá?

E vi de tudo que se pode imaginar: celas superlotadas, maus tratos, morte, covardia. Eu achava que não era preso para Apac por causa dos meus crimes e por causa da minha situação com o crime. Mas a Apac é para todo mundo. O pessoal faz realmente uma decisão de vida lá dentro. Por isso nosso trabalho é baseado na valorização humana. O Estado fala que a gente não presta. E aqui fala que a gente presta. Então a diferença é essa.

O que você pensava quando estava na prisão?

Todo mundo que está preso no sistema convencional só pensa em maldade. A pessoa não acredita mais que vai ter uma oportunidade de emprego, que terá condições de ter família. Pensa que vai ter que traficar, roubar e que irá morrer no crime. Esse é o alimento. Por isso chamamos de escola do crime. Então o cara sai pior porque lá é uma faculdade.

E como é sua vida hoje?

Hoje sou casado, tenho três filhos, tenho a minha casa. Sou bem quisto, tenho viajado. Tive oportunidade de conhecer 12 países dando testemunha, contando da minha vida. Estive na Alemanha, na Bélgica, na Itália. Imagina isso, um ex-preso. Graças ao método da Apac.

Qual é o ponto chave na metodologia da Apac?

Disciplina. Sem disciplina não tem recuperação. Por trás de todas as pastas processuais está a falta disciplina, a falta de respeito à escola, aos pais, à casa do vizinho, o respeito ao trabalho dos outros. Na Apac todos acordam às 6 horas. A disciplina é rígida ao extremo. Tem presos que chegam na Apac e pedem para voltar ao sistema comum, pois não conseguem aderir à nossa disciplina.

Na sua opinião, qual é a visão da sociedade a respeito do preso?

A sociedade ainda é um pouco distante. Existe realmente uma barreira. Quando se fala em preso, pensa em violência. Mas temos que saber que no Brasil não tem pena de morte. Então, no final (do cumprimento da pena) ele irá retornar. Então é melhor passar pelo nosso método, que tem mais de 90% de recuperação.

O que representa essa unidade em Cachoeiro?

Penso que a sociedade de Cachoeiro está ganhando um presente, pois o sistema comum hoje é um câncer. As pessoas entram e saem pior. Na Apac, eles entram e saem melhor quando o método é fielmente aplicado. Então penso que Cachoeiro, agora na gestão do governador (Renato Casagrande), deu um pontapé importante.

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