O comandante do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, coronel Marcelo Alves Pinto, conversou com o Portal Dia a Dia ES nesta quinta-feira (23), dia em que o Exército chegou a Iconha para dar apoio aos trabalhos de Defesa Civil nos quatro municípios atingidos pelo temporal da última sexta-feira (17). O comboio foi recebido com aplausos dos moradores.
A prioridade do Exército é trabalhar para colocar as instalações do município para funcionar, como o hospital e escolas. Ao todo, 40 militares e equipamentos estão na região, em uma base montada para coordenar as ações.
Além de Iconha, Alfredo Chaves, Vargem Alta e Rio Novo do Sul estão sob vigência do decreto estadual de calamidade pública.
O apoio do Exército foi requisitado pelo governo do Estado após um pedido feito na quarta-feira (22) pelo prefeito de Iconha, João Paganini.
O coronel Alves concedeu a entrevista ao repórter Alessandro de Paula.
Dia a Dia ES – Como deve ser a ação do Exército em Iconha e nos municípios vizinhos?
Coronel Marcelo Alves Pinto – Chegamos em Iconha com o efetivo desdobrado por volta das 11h. Inicialmente nos reunimos com o pessoal da coordenação da Defesa Civil e da própria prefeitura para ver quais as prioridades de atuação da tropa do Exército, até para que a gente possa não sobrepor aos esforços que já estão sendo feitos pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
Estamos saindo agora para um reconhecimento aéreo com parte do nosso efetivo em algumas áreas remotas, Princesa, Alfredo Chaves e Vargem Alta, principalmente nos locais de difícil acesso para verificar as necessidades daqueles locais para que a gente possa levar algum tipo de apoio.
E estamos também no estudo das áreas basicamente da região de Iconha e demais municípios, para verificar o que é prioridade.
Acreditamos que iremos atuar nas partes essenciais da cidade, hospitais, escolas que foram atingidas, para que o município volte a funcionar. E claro, dando esse apoio no que já está sendo feito. A gente está vindo para somar esforços, para potencializar o trabalho.
Estabelecemos uma base inicial de operações numa escola estadual do município e trouxemos os nossos meios para nos manter aqui por tempo indeterminado. Vamos começar os trabalhos agora de reconhecimento, de planejamento. A gente vai desdobrar realmente naquilo que tem mais urgência. Havendo necessidade de reforço, temos capacidade de trazer mais gente de Vila Velha para cá.
Nesse momento agora, qual é o efetivo?
Nosso efetivo é de 40 militares e nove viaturas. Basicamente são caminhões que conseguem acessar áreas remotas, alguns caminhões-pipas para distribuição de água. A gente sabe que alguns municípios tiveram o abastecimento afetado. Trouxemos caminhão-basculante para remoção de entulhos e material que possa obstruir vias, e o pessoal para apoiar essas atividades.
Qual é o foco do trabalho agora?
A gente entende que o mais importante neste momento é fazer as instalações do município funcionarem. Por exemplo, um hospital não pode ficar parado. A gente entende como uma prioridade. O que a gente entende é que vem demandas de todas as direções, das pessoas e de suas casas. A gente está focando de início o trabalho basicamente nas instalações essenciais para o município, como escolas, hospitais, tudo que for desse gênero.
Claro que a gente vai tentar atender ao máximo dentro da nossa capacidade. Já há uma coordenação existente no município. Estamos somando esforços a essa coordenação e mão de obra. Viemos aqui para ajudar em defesa da sociedade.
Vamos ouvir as demandas e colocar no planejamento. Não é um trabalho feito de uma hora para outra, é um esforço que vai demorar um pouco mais de tempo, mas estamos dispostos a começar os trabalhos assim que for determinado quais são as áreas prioritárias para o Exército atuar.
Tem algum prazo?
Não. Não temos prazo. A solicitação foi do Estado. Enquanto o Estado entender que o Exército precisa apoiar os esforços na área, iremos apoiar.