Pela primeira vez, o medicamento Nusinersena, destinado ao tratamento de portadores de atrofia muscular espinhal (AME) foi entregue a um paciente em Cachoeiro sem que seja pelo meio judicial.
A Farmácia Cidadã Estadual, situada em Cachoeiro, entregou o remédio por via padronizada no Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, sendo incorporado na lista dos fármacos disponibilizados pelo Ministério da Saúde e distribuídos pelo Estado.
O remédio prescrito para portadores de AME custa em média R$1,2 milhão para quatro aplicações.
Antes da inclusão na listagem, a aquisição era realizada por meio judicial, podendo demorar até 180 dias para aquisição do medicamento.
A farmacêutica e coordenadora da Farmácia Cidadã, Sara Machado, explica como foi o processo para obter o remédio.
“A partir da incorporação do medicamento para AME tipo 1 e posteriormente sua aquisição pelo Ministério da Saúde , a família do paciente abriu processo na farmácia básica do município de Itapemirim que nos encaminhou a documentação que comprovava a doença para acesso ao medicamento. Após esse procedimento, fizemos a solicitação ao Ministério da Saúde que agilizou o trâmite para o envio do medicamento ao nosso Estado”, disse.
O medicamento foi destinado ao Hospital Materno Infantil Francisco de Assis (HIFA) onde foi aplicada a primeira dose, no último dia 22 de julho, no pequeno Hitalo Gabriel Ferreira de Sousa, de seis meses.
Para a mãe do paciente, Edivania Maria Ferreira da Silva, esse momento representa esperança para toda família e uma oportunidade de o filho ter uma vida normal e tranquila futuramente.
“Creio que esse tratamento fará com que ele tenha uma vida mais tranquila. Consigo ver ele como uma criança normal, brincando com outros amiguinhos, indo à escola e isso nos deixa muito feliz”, relatou.
O paciente passará por mais três aplicações do remédio, sendo uma com 14 dias após o início do tratamento, outra com 30 dias após a primeira aplicação e a última com 60 dias. Após esse processo, o remédio será aplicado a cada quatro meses, por tempo determinado pelo médico da criança.
“Esse é um passo muito importante para todos nós, uma vez que está sendo disponibilizado um medicamento tão caro de forma mais fácil ao cidadão. Isso ajuda na assistência e fortalecimento ao Sistema Único de Saúde”, destacou o superintendente da Região Sul de Saúde José Maria Justo.