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Favela é lugar de potência e de pessoas talentosas, diz presidente da Cufa-ES

redacao
Redação Dia a Dia

A Central Única das Favelas do Espírito Santo – Cufa-ES, a exemplo de outras centrais do país, comemora no dia quatro de novembro o Dia da Favela.

A entidade teve participação importante na arrecadação e distribuição de cestas básicas durante toda a pandemia e participa de outras ações importante que promovem inclusão dignidade e cidadania país afora.

Paralelo à comemoração do Dia da Favela, faz um trabalho constante e permanente para ressignificar o nome favela para que ele deixe de ser visto como lugar de exclusão e passe a ser visto como sinônimo de potência, local de pessoas resilientes que precisam se superar dia após dia, e fazem isso tudo dignamente.

“Ser de favela não deve carregar o estigma negativo, e por isso procuramos aumentar a interpretação e reflexão sobre esses temas”, ressalta Gabriel Costa Nadipeh, presidente da entidade no Estado.

Ele diz que segundo a ONU, que apresentou um relatório com informações reunidas até 2018, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem em favelas, mas que a questão é que esse nome passou a ser associado a algo negativo, como se fossem sinônimos de crimes, drogas e violência.

O presidente da Cufa-ES diz que essas mesmas coisas acontecem em bairros ricos e que portanto não faz sentido a favela ser identificada como sinônimo dessa carga negativa, uma vez que crimes, drogas e violência existem em todo lugar.

“Então estamos falando de preconceito e discriminação contra as pessoas desses territórios. As pessoas sabem que são trabalhadoras, cheias de talentos e essa pandemia mais uma vez mostrou o nosso valor, ajudando a sociedade a continuar funcionando”.

Gabriel Nadipeh destaca ainda que apesar de todas as notícias ruins, as pessoas de sua convivência nas favelas em que nasceu e morou mostravam exatamente o oposto.

“Desde cedo estive envolvido com a música e ações culturais  e já sabia que nesses locais tinha muito mais a se mostrar positivamente, muitos talentos precisando de uma oportunidade, de uma plataforma de expressão de seu valor”.

Ele começou a militar muito cedo, desde a adolescência, quando participava de projetos sociais, teatro e música, entre outros. Diz que com o passar dos anos foi se identificando com a necessidade de fazer algo, de se mover cada vez mais.

Conta que em 2019 recebeu um convite para fazer parte da CUFA – Central Única das Favelas aqui no Estado como presidente estadual, e com muito prazer aceitou o desafio porque a entidade é uma instituição que conversa com as coisas que acredita.

“Entre elas a necessidade de valorização dos territórios de favela e das pessoas que nele habitam, e que é preciso se desenvolver ações e projetos que sirvam de plataforma de expressão das potências dos jovens e adolescentes desses locais, que seja através da geração de renda, dos negócios sociais, da arte, cultura, esporte e cidadania”.

O presidente da Cufa-ES diz também que outra reflexão  importante é que são os moradores e moradoras desses territórios que fazem o sistema funcionar, fazendo a estrada, instalando a energia elétrica, trabalhando na indústria civil e mecânica, instalando a internet e fazendo a manutenção disso tudo.

“Essas pessoas devem ser chamadas de potentes e não ter medo de dizer de onde são, porque ser de favela ou favelado é ser isso tudo”. Mas Gabriel Nadipeh faz questão de deixar claro que o que se celebra não é a existência das favelas.

“Pelo contrário, queremos que elas deixem de existir e se tornem bairros com infraestrutura, saneamento básico, ruas acessíveis, escolas, hospital, emprego, geração de renda, e para isso deixamos claro que não estamos querendo tomar o lugar do Estado. Aliás, ele precisa fazer a parte dele através das suas várias esferas federal, estadual e municipal, e foi para isso que o Estado foi instituído, para garantir o mínimo às pessoas”.

 

Periferia x Favela

O presidente da Cufa-ES conta que desde pequeno entendia que todas as pessoas têm, ou deveriam ter, os mesmos direitos, independentemente de onde moravam,  da cor da pele, do dinheiro ou do grau instrução.

“Eu já sabia que não existia pessoas tipo 2, ou seja, que éramos todos seres humanos. Eu fui criado em um lar que discutia sobre as injustiças impostas sobre esses territórios chamados erroneamente de periferia”.

Segundo o presidente da Cufa-ES,  existe uma diferença em relação ao que é favela e o que é periferia, e que embora pareçam sinônimos, não são.

Gabriel esclarece que periferia se refere à algo ao entorno de um centro, ao entorno de uma capital, ao arredor de um centro urbano e não necessariamente é um território vulnerável.

“Já as favelas são territórios em vulnerabilidade econômica e social, que alguns vão chamar de quebrada, invasão, comunidades, vilas. O IBGE chama esses territórios de aglomerados subnormais o que na minha visão é um termo muito pior, parecendo até que está se referindo à alguma sub-raça”.

Nadipeh diz que o termo favela nunca o incomodou, porque nasceu em uma e morou em outras, e que no decorrer da vida as pessoas da sua convivência sempre usararam esse mesmo termo no dia a dia, seja nas músicas, nos desenhos, no grafite.

“A questão é que as pessoas normalmente não dizem morar em favela para as pessoas de fora para não sofrerem preconceitos. Infelizmente muitos ainda acham que por a pessoa morar em favela é bandido, ou mau elemento. Então as pessoas escondem e chamam de bairro, comunidade e outros termos”.

Em Cachoeiro, a representante da Cufa é Andressa Teixeira.

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