A Festa das Canoas, tradicional em Marataízes, completou 115 anos neste domingo (09) e a missa, seguida da procissão marítima na Praia Central foi o ponto alto das comemorações religiosas, que duraram por quatro dias.
A Igreja Nossa Senhora da Penha lotou de fiéis para a missa comemorativa. Muitos tiveram que assistir pelo lado de fora, o que não foi nenhum problema eles. Foi o caso do aposentado Ademir Mota da Silva. “Eu não deixo de vir, mesmo no sol, arrumo um cantinho na sombra e estou aqui. Ela (Nossa Senhora da Penha) merece. Só tenho motivos para agradecer”, disse.
E não foi só ele que precisou assistir à missa do lado de fora, muitos levaram cadeiras extras para ouvir as palavras do frei Luiz Fernando Turque Duartek, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Itapemirim, que presidiu a celebração festiva. A Santa Missa foi concelebrada pelo pároco local, padre Antônio Marcos Moura da Silva.
“O que mais me emociona é ver tantas pessoas demonstrando sua devoção. Fiéis alcançando milagres, fazendo suas promessas e, aos pés da mãe, demonstrando seu carinho por Nossa Senhora da Penha e sua devoção ao Divino Espírito Santo”, expressou o presbítero.“Há momentos muito fortes nessa festa: a devoção, a certeza de que o Espírito Santo guia o seu povo e a igreja, e ao mesmo tempo a presença de Nossa Senhora. Por isso a presença das fitas na bandeira do Divino e esse carinho com a Virgem Maria querem reforçar exatamente isso, que com Deus e mesmo em meio a tantos desafios, nós podemos perseverar em nossa caminhada”, falou.
Depois da missa, os fiéis seguiram para a Praia Central, para a Procissão Marítima com a imagem de Nossa Senhora da Penha no andor em formato de barco. Diversas embarcações, entre lanchas, caiaques e stand up paddle saíram do local, seguiram até a lagoa funda, retornaram e foram até a Praia da Colônia.
Nem a sol forte atrapalhou o momento. “Eu fiquei feliz pelos barcos terem caprichado tanto na decoração deste ano. Nossa Senhora da Penha merece! Foi muito bonito, muito bonito mesmo”, disse Sebastião Carlos Pimenta, devoto de Nossa Senhora da Penha.
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Tradição
A tradição começou quando um grupo de pescadores de Marataízes passava por um momento difícil, uma época de poucos peixes. Foi então que eles fizeram uma promessa para Nossa Senhora da Penha, de que se a pesca voltasse a ser farta, fariam uma festa em homenagem a santa em todo segundo domingo de março. A prece foi atendida e a festa já existe há dezenas de anos, reunindo cada vez mais fiéis.
Importante lembrar que no passado, a Festa das Canoas chegou a ter mais de 40 barcos na procissão marítima e era encerrada com um show pirotécnico simulando uma batalha entre cristãos e mouros. Soldados, barcos e cavalos de papelão trocavam “tiros” de fogos de artifício num cenário montado na Praia Central, para delírio das milhares de pessoas que assistiam.
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