É comum que ao se ter um filho, ao se tornar pai ou mãe (seja de qualquer natureza), se colocar expectativas pessoais neles. Escolhemos o nome que acreditamos ser o mais apropriado, moldamos seu quarto de acordo com nossos gostos, os vestimos como gostamos de nos vestir – como se fossem eles continuidade de nós mesmos.
Muitos casais se desentendem quanto a criação do filho, por acreditarem que a forma que enxergam o mundo e passam os ensinamentos são as melhores e muitos entram em desacordo. Mas claro, isso sem a consulta com o objeto principal da discursão. Nem se quer teríamos entendido se tentassem…
A exigência que muitos pais têm sobre seus filhos é em certo grau um apelo narcísico de que seus filhos o vinguem. Mesmo que não tenham eles conseguido metade do que cobram, o fato de seus filhos conseguirem é uma vingança de seus ressentimentos para com o mundo e todos que os subestimaram. Venceu em sua continuidade, em sua educação, em sua disciplina para com seus descendentes diretos.
Por isso, comparam seus filhos com os filhos de outros conhecidos. Dizem: “seu primo conseguiu ‘isso’…” ou “o filho do vizinho conseguiu uma vaga…”. Como não conseguiram, enxergam no fato de seus filhos não conseguirem como uma humilhação para com suas expectativas narcísicas hereditárias.
Se liberte das correntes narcísicas e não repassem para seus descendentes. Ao menos seria bom, se tentássemos.