No dia 4 de outubro, a tradição católica celebra a memória e o exemplo de São Francisco de Assis. Santo de grande devoção popular, passou à história como grande promotor da paz e do amor por todas as criaturas. Nascido na Itália e batizado originalmente como Giovanni, tornou-se conhecido pelo nome de Francisco que, conforme alguns especialistas, quer dizer “pequeno francês”, em alusão ao local de origem de sua família materna.
São Francisco viveu no século XIII, seu exemplo atravessou 800 anos e chega a nós até os dias de hoje, dentro e fora da igreja. E é do recente século passado que me vêm à memória dois pequenos franceses que, surgidos na mente criativa de dois escritores com perfis tão distintos, embora contemporâneos, deixaram suas mensagens de amor e paz na Terra.
Antoine de Saint-Exupéry, um aviador militar francês, publicou, em 1943, O Pequeno Príncipe, livro que se tornou clássico, cujo texto é bem conhecido e nem cabe reproduzir seus trechos aqui. O menino que vem do céu, a criança que vem nos salvar no deserto e, quando cumpre sua missão, volta ao seu mundo, deixando que nós, adultos, possamos resolver nossos problemas e cumprir com nossas responsabilidades sem esquecer das lições que já sabíamos desde a infância mais distante.
14 anos depois, em 1957, Maurice Druon, acadêmico francês, bisneto do tradutor brasileiro Odorico Mendes, presenteou a humanidade com o nascimento do menino João Batista, aquele que seria conhecido como Tistu e transformaria uma cidade industrial, fabricante de máquinas e artefatos de guerra, na cidade mais verde do mundo. O menino do dedo verde sabia que as sementes estavam por toda parte e que bastava tocá-las para que se abrissem, revelando cores, formas, aromas e caminhos para a paz, o amor, a saúde e a prosperidade. Tistu entendeu que a beleza divina salvaria o mundo, apenas não seria capaz de evitar a morte, e quando fez essa última descoberta, também concluiu sua missão e, como o Pequeno Príncipe, voltou ao céu.
Clássicos não se tornam clássicos por acaso. Dois livros, aparentemente infantis e já antigos, nunca estiveram tão atuais e tão necessários para nós, adultos. Sejamos mais compreensão onde houver divergência, mais encantamento onde houver abandono, mais luz onde houver escuridão. Assim foram nossos pequenos franceses: um jovem real que virou santo e dois meninos criados pela literatura e que estão vivos em cada um de nós, como nossas consciências, como anjos!
Respostas de 5
Ah, como eu amo você! Lindo texto… Perfeito!
Tao bom saber que as aventuras de Tistu apontou caminhos pra tanta gente mais jovem como Emilia, e que o exemplo de escolha de Francisco pelos pobres e excluidos aponte para o que realmente importa neste mundo…
Sejamos mais compreensão onde houver divergência…. Gostei muito disso !
Emília, mais uma importante reflexão sobre a essência da vida, em um momento tão difícil. A humanidade precisa reaprender sobre humanidades. Parabéns e um abraço do amigo Alex Príncipe.
Parabéns precisamos mais de pessoas como essa Guerreira humilde muito simpática que Deus te abençoe por onde você passar 😘 tem todo meu respeito e admiração.
Saudades