A quarentena entrou em agosto no quinto mês e ainda não há prazo para relaxamento das medidas de segurança na Santa Casa Cachoeiro, onde pacientes internados não podem receber visitas. E é exatamente neste contexto que as únicas companhias são os funcionários dos hospital, que procuram sempre uma alternativa para amenizar os momentos de solidão de quem se recupera da Covid-19.
No dia a dia, os profissionais da higienização, técnicos de enfermagem e laboratório têm uma importância fundamental para garantir segurança e assistência ao paciente. Muitas vezes se tornam amigos de quem está internado.
A auxiliar de serviços gerais Rosângela Solardane, por exemplo, atua na higienização da UTI e sempre encontra uma palavra de conforto para quem está precisando de cuidados. “A gente trata aquele paciente como se fosse um irmão nosso que estivesse ali”, disse.
O técnico em Laboratório Mateus Belato contou que antes da Covid-19 era possível interagir mais com o paciente, mas com a chegada da doença, a rotina foi alterada na hora de colher o sangue.
“A gente chegava, conversava e agora, como a gente precisa usar todos os equipamentos de segurança, muitas vezes eles nem reconhecem a gente. Nossa rotina mudou bastante”, disse.
Já Margarete Souza da Silva Moura é técnica de Enfermagem e está há 16 anos na Santa Casa. Sua maior alegria é ver um paciente indo para casa, após ter recebido seus cuidados.
“Para nós é uma alegria muito grande quando a gente está ali cuidando do paciente, ele consegue se recuperar aos poucos e depois recebe alta. É uma vitória”, disse.
Os três profissionais estão na linha de frente contra a Covid-19. Cada um na sua função, eles têm em comum o cuidado com o paciente e a necessidade de ficar longe da família por questão de segurança.
Mas para aproximá-los, o Grupo de Humanização da Santa Casa fez uma homenagem para que, mesmo por vídeo, pudessem matar um pouco da saudade dos familiares. A iniciativa, feita em parceria com o setor de Comunicação, faz parte da série de reportagem “Heróis da Vida Real”.
“Fiquei muito feliz e emocionada em representar o setor da higienização da Santa Casa”, disse Rosângela.
Após a homenagem, Margarete contou que a Santa Casa faz parte da vida da sua família e que sua filha formou e hoje atua também no Pronto Socorro. “Procuramos trabalhar com afinco, amor e dedicação”, afirma.
Apesar da dificuldade, Mateus não perde a esperança. “Somos uma equipe. No começo ficamos um pouco apavorados, mas a gente se uniu e vamos vencer essa doença”, disse.